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Cid atuou para isolar tese de oposição no PDT
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Cid atuou para isolar tese de oposição no PDT

O senador pedetista tem atuado nos bastdiores nas composições políticas no governo Elmano
Tipo Opinião
Cid gosta de briga grande (Foto: THAÍS MESQUITA)
Foto: THAÍS MESQUITA Cid gosta de briga grande

Para quem não acompanha a política cearense mais de perto, a impressão atual pode ser a de que o senador Cid Gomes (PDT) tem se mantido mais afastado ou até "ausente" das articulações políticas mais determinantes do Ceará, sobretudo na virada de Elmano de Freitas (PT) como governador e com Camilo Santana (PT) no Ministério da Educação.

Políticos ouvidos pela coluna garantem, no entanto, que praticamente toda composição política feita pelo atual governo tem crivo de Cid ou passa, em boa parte, pelas mãos do senador. Um caso que merece especial atenção está na formação do secretariado de Elmano de Freitas (PT), que teve participação direta do pedetista.

Me refiro ao caso específico de Oriel Nunes Filho (PDT), deputado estadual recentemente nomeado por Elmano para a recém-criada Secretaria da Pesca e Aquicultura do Ceará. Filho de uma tradicional família política de Icó, no Centro-Sul cearense, Oriel é irmão do ex-deputado Neto Nunes e cunhado da atual prefeita do município, Laís Nunes (PDT).

Na eleição passada, o bloco comandado por Neto Nunes em Icó não apoiou Elmano, sendo um dos grupos mais fiéis à candidatura de Roberto Cláudio (PDT) dentro do PDT. Na eleição para deputado federal, os aliados de Nunes apoiaram Domingos Neto (PSD), filho do candidato a vice-governador na chapa pedetista, Domingos Filho (PSD).

E vale aqui destacar que Nunes apoiou "de fato" a chapa RC-Domingos. Ao contrário da maioria dos deputados eleitos pelo PDT pelo Interior, Oriel e seus aliados vestiram a camisa de Roberto Cláudio e não esconderam a candidatura em seus materiais de campanha.

A "fidelidade" do grupo de Oriel à chapa pedetista, no entanto, não impediu Cid Gomes de cair em campo em busca de aproximar o deputado de Elmano. Mesmo com "ciumeira" de outros correligionários e muito impasse na disputa por espaços, Cid articulou pessoalmente tanto a recriação da Secretaria da Pesca quanto a indicação do deputado para a pasta.

A ação acabou "matando dois coelhos com uma cajadada só" - uma vez que as indicações de deputados do PDT abriram vagas para os suplentes Bruno Pedrosa e Antônio Granja. A montagem caiu como uma luva para os planos de Elmano, atraindo diversos grupos do PDT ao mesmo tempo e ampliando o agora evidente isolamento do ex-prefeito Roberto Cláudio, que tentava puxar a sigla para a oposição.

Blocão do Elmano

A base do governo Elmano de Freitas (PT) confirmou a criação do tão aguardado "blocão" de partidos que, liderados pelo PT, ajudarão na sustentação do governo na Assembleia Legislativa. Ao todo, o grupo contará com 15 deputados de seis partidos e será liderado por De Assis Diniz (PT).

"O bloco já está criado. Foi assinado, lido o requerimento e aprovado pela Mesa. Já está criado, 15 deputados, duas federações, PSD e PMN. Todos os 15 deputados assinaram o requerimento, então jé existe o bloco, de fato e de direito", afirma De Assis.

A ideia por trás da união é justificar a indicação de Júlio César Filho (PT) para o comando da Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Como o PDT possui, sozinho, a maior bancada da Casa, com 13 deputados, a indicação da CCJ ficaria - seguindo a tradicionalmente aplicada regra da proporcionalidade - com o partido.

A sigla, no entanto, articulou acordo para que o PT ficasse com a vaga. Com isso foi formada a união do bloco, que une as federações PT-PCdoB-PV e PSDB-Cidadania com os partidos PSD e PMN, com três e um deputado na Casa, respectivamente. Os vice-líderes do bloco serão Nizo Costa (PT) e Emília Pessoa (PSDB).

 

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