
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
Em uma série de nomeações previstas para o início de março, o governador Elmano de Freitas (PT) deverá contemplar com indicações no governo uma série de ex-deputados que não conseguiram mandatos na disputa eleitoral do ano passado. Entre eles, estão nomes do PT, MDB, PV e até mesmo Psol, que hoje mantém independência com a gestão petista.
Presença esperada no governo desde os primeiros anúncios de Elmano, o ex-deputado Acrísio Sena (PT) assumirá nesta quarta-feira, 1º, cargo de presidente do Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec). O órgão, ligado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Secitece), é responsável por políticas de educação profissional e ténica.
Ex-deputado estadual até o início deste ano, Acrísio é militante histórico do PT Ceará e já chegou a assumir tanto a presidência da Câmara Municipal de Fortaleza quanto o cargo de coordenador de acolhimento de movimentos sociais no governo Camilo Santana (PT). Na eleição passada, ele acabou em 3º suplente do partido, somando 30,6 mil votos.
Também deverão ser confirmados no governo uma série de assessores especiais que até recentemente ocupavam cargos de deputado estadual pelo MDB. Os nomes, que já circulam desde o início do ano, envolvem os ex-parlamentares Audic Mota (MDB), Leonardo Araújo (MDB) e Walter Cavalcante (PV), que ficarão ligados diretamente à Casa Civil. Todos tentaram a reeleição no ano passado, mas não tiveram sucesso.
No caso dos dois emedebistas, a articulação para as indicações foi feita diretamente entre os ex-deputados e o próprio Elmano, sem contar com participação do partido nem de seu principal líder no Ceará, o deputado Eunício Oliveira. Cotados, respectivamente, para as assessorias de Desenvolvimento Regional e Assuntos Federativos, Audic e Leonardo têm inclusive demonstrado insatisfação com as indicações do MDB no secretariado do petista.
A indicação mais inesperada da “nova leva” acabou sendo do ex-deputado e ex-vereador João Alfredo (Psol), que tentou se eleger deputado federal na eleição do ano passado. Indicado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Alfredo – que já foi filiado ao PT e exerceu mandatos pelo partido por vários anos – foi convidado por Elmano para assumir o Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace).
Apesar de não descartar o componente político da indicação, João Alfredo afirma que seu perfil também envolve a questão técnica. Advogado e professor de Direito por vários anos, o ex-deputado destaca que já atuou diversas vezes na defesa de sindicatos rurais e na construção de movimentos sociais ligados à regularização fundiária do Ceará.
“Para mim é até um certo reencontro, o Elmano foi meu assessor, foi via nossa assessoria que o Elmano conhece o MST e depois se torna advogado do MST. Nossos mandatos sempre tiveram muita referência na luta agrária”. Ele destaca ainda que, apesar de defender a aproximação entre o Psol e governos do PT, a indicação “não é uma demanda partidária”.
“Temos total independência, mas é uma independência ‘favorável’. Nós torcermos, queremos e trabalharemos para que os governos de esquerda, como Lula e Elmano, sejam bem sucedidos. O insucesso desses governos seria uma derrota da esquerda, até porque nós vencemos, mas a extrema-direita, o fascismo, o bolsonarismo, ainda é muito forte”, diz.
Política é imprevisível, mas um texto sobre política que conta o que você precisa saber, não. Então, Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.