O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
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O senador Cid Gomes (PDT) voltou a defender nesta terça-feira, 28, a reconstrução da aliança entre PDT e PT no Ceará. Em entrevista ao podcast As Cunhãs, o pedetista classificou a relação entre os partidos como “muito importante” e fez análise crítica da estratégia adotada pelo irmão Ciro Gomes (PDT) em 2022, quando o então presidenciável subiu o tom contra petistas e apoiou Roberto Cláudio (PDT) na disputa para governador.
“A meu juízo, o Ciro fez política com o fígado. E eu sempre aprendi, inclusive com ele, que política ninguém deve fazer com o fígado, deve fazer com a cabeça”, diz o senador. “O Ciro não soube compreender que (em 2022) era aquela história da polarização. Que ali as pessoas não queriam ouvir projeto de governo, era um contra o outro. O bolsonarista era contra o Lula e o Lula era contra o Bolsonaro, os dois se completavam”, continua.
Cid diz que, nesse contexto, o irmão teria “se exasperado” e trazido para o Ceará queixa “que não tinha razão de ser”. “A gente estava construindo a manutenção de uma aliança, com o PT apoiando um candidato do PDT. Você quer mais que isso? O Camilo, governador muito popular, e o Lula, ultrapopular, os dois dispostos a apoiar um nome do PDT?”, diz.
Neste sentido, o senador rebateu a tese de que a preferência mostrada por Camilo pela indicação da então governadora Izolda Cela (sem partido) como candidata do PDT seria uma “intromissão” nos rumos do partido, destacando que ele próprio lançou o hoje ministro da Educação para o governo “sem dar satisfação a ninguém” do petismo local.
“Roberto Cláudio exagerou”
“Para mim era absolutamente normal, mas houve essa coisa”, diz o senador, que fez críticas também à articulação de Roberto Cláudio como candidato do PDT no caso. “(Houve) um misto de o Ciro fazer política com o fígado e o Roberto Cláudio eu acho que exagerou em sua ambição. É natural que ele queira governar o Estado, foi o grande prefeito de Fortaleza. Mas ele exagerou, achou que o céu era perto”, avalia Cid.
“Então, na hora que aconteceu isso, que eu vi que era irreversível, que o Ciro deixou a questão irreversível, que ele queria forçar uma candidatura do Roberto Cláudio, eu disse aos dois que estava fora, que achava aquilo absolutamente equivocado. Que era um tiro no pé essa disputa no PT, é uma vitória de Pirro, ganhar uma eleição para enfrentar um candidato que ia ter apoio do Lula e do Camilo”, continua Cid.
O senador lamentou ainda que, apesar da derrota, setores do PDT continuem com “animus beligerante” e defendeu a reconstrução de relações com petistas. “Eu espero que o tempo cure essa coisa, esse ódio, essa vendeta. Ninguém pode fazer política desse jeito não. Não é possível que não lembrem até da importância (da aliança). O PT é meu aliado desde Sobral e o Ciro, quando era governador, procurou uma aliança com o PT do Ceará”, diz.
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