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"Indefensável", aplicação da Taxa do Lixo gera insatisfação na base de Sarto
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

"Indefensável", aplicação da Taxa do Lixo gera insatisfação na base de Sarto

Até aliados próximos do prefeito têm se queixado de cobranças "não esperadas" e da inclusão da área comum de condomínios na base de cálculo da taxa
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 20-12-2022: Câmara Municipal vota taxa do lixo  (Foto: Thais Mesquita/O POVO) (Foto: THAÍS MESQUITA)
Foto: THAÍS MESQUITA FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 20-12-2022: Câmara Municipal vota taxa do lixo (Foto: Thais Mesquita/O POVO)

Articulações e rodas de conversa da Prefeitura não têm adiantado: vem crescendo hoje, de forma clara, um clima de insatisfação dentro da base do prefeito José Sarto (PDT) em torno da aplicação prática da nova Taxa do Lixo. Nos bastidores da Câmara Municipal, são muitas as reclamações envolvendo boletos emitidos desde a última quarta-feira, 5, pela Secretaria das Finanças de Fortaleza (Sefin) para o pagamento da nova cobrança.

Ouvidos pela coluna, vereadores da base do prefeito têm afirmado que a taxa, da forma que vem sendo emitida, é “indefensável” e tem gerado problemas em suas bases. Entre outros pontos, eles afirmam que promessas de isenção feitas pela gestão não estariam sendo cumpridas na prática. “Diziam que tal bairro teria 1% de cobrança, mas muitos eleitores meus me procuram para dizer que entraram, com surpresa, na cobrança”, diz um vereador.

Outro ponto que causou espanto e insatisfação foi o fato de a base para cálculo da taxa levar em consideração tanto a área privativa quanto a área comum de condomínios. A justificativa oficial da Prefeitura, de que o critério segue apenas o que é estabelecido no Código Tributário e na regra do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), por sua vez, não tem convencido os parlamentares.

“Explica, mas não justifica, principalmente para a população que recebe a conta”, diz um parlamentar. “Como é isso, qual é o lixo que o condomínio gera? Não é, na prática, praticamente o mesmo lixo que é gerado pelos próprios condôminos? Para que botar outra cobrança em cima disso?”, diz outro vereador que, apesar da crítica, é hoje um dos principais defensores da gestão Sarto no parlamento municipal.

“Indefensável”

Até agora, a própria base de Sarto tem feito pouco ou nenhum esforço para defender publicamente os ataques direcionados aos novos problemas surgidos com o início da emissão dos boletos da Taxa do Lixo. Na sessão da última quinta-feira, 5, todos os discursos em defesa do governo acabaram voltados para outro tema, rebatendo fala da secretária da Saúde do Estado, Tânia Mara Coelho que atribuiu superlotação de hospitais estaduais ao fechamento de emergências pela Prefeitura da Capital.

A expectativa entre aliados do prefeito é de que, passado o “choque” inicial, a gestão passe a organizar uma reação para a próxima semana. “É difícil, há uma compreensão até de que talvez seja melhor não falar tanto, não dar tanto destaque”, diz um vereador.

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