O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
Carlos Mazza
política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
Marcando o retorno de Ciro Gomes (PDT) ao jogo político nacional, o PDT do Ceará teve no último fim de semana alguns de seus dias mais agitados do ano até agora. Em encontro marcado por ares de pré-campanha à reeleição do prefeito José Sarto (PDT), convenção do partido em Fortaleza confirmou no último sábado, 15, a recriação do diretório pedetista na Capital, consolidando o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) como liderança-maior da sigla no âmbito municipal.
O ato, no entanto, pouco ou nada fez para reduzir o impasse hoje existente entre pedetistas no Ceará. Conforme O POVO vem registrando ao longo dos últimos meses, existem hoje, na prática, "dois PDTs" no Estado, representados entre um grupo que defende adesão ao governo Elmano de Freitas (PT) e aqueles que - levando em consideração a disputa entre petistas e pedetistas na eleição do ano passado - defendem uma postura de oposição do partido.
O primeiro grupo compreende hoje quase a totalidade dos prefeitos e deputados do partido, sendo coordenado principalmente pelo senador Cid Gomes e pelo presidente da Assembleia, Evandro Leitão. O bloco oposicionista, por sua vez, orbita na influência direta de Ciro e Roberto Cláudio, reunindo força principalmente entre a gestão Sarto e a Câmara Municial de Fortaleza.
Desde o resultado das eleições, o racha vem provocando diversos embates internos entre pedetistas, inclusive com troca pública de críticas e acusações. Em evento no início do ano, pedetistas governistas chegaram inclusive a pressionar os oposicionistas para que eles deixassem o partido, uma vez que não existiria "espaço" para a coexistência das duas teses na sigla.
Sem nenhuma solução que agrade as duas partes, o problema parece ter prazo óbvio para escalar até um ponto de ruptura: as eleições de 2024. A preço de hoje, parece inevitável que "elmanistas" e o grupo de Ciro e RC, que apoia a reeleição de Sarto, batam de frente em torno de quem será o candidato do partido para a Prefeitura de Fortaleza. O evento de sábado, no entanto, preferiu ignorar a crise, focando discussão na única pré-candidatura posta hoje da sigla, o próprio Sarto.
Ou, como diriam no linguajar popular: preferiram empurrar com a barriga.
Em termos práticos, a convenção do último fim de semana deixou dois efeitos imediatos. O primeiro é a recriação do diretório municipal do partido, até então administrado em Fortaleza apenas por uma comissão provisória. Com essa estabilidade confirmada, fica praticamente descartada uma hipótese de "virada de mesa" que passe por cima dos grupos de Roberto Cláudio ou de José Sarto na definição das posições da sigla na eleição do próximo ano na Capital.
A segunda novidade foi o teor da participação do presidente nacional em exercício do PDT, deputado federal André Figueiredo, no evento. Até então mais discreto em suas posições públicas sobre o atual racha no partido, o parlamentar acabou vestindo de vez a camisa das teses de Sarto candidato e da independência do pedetismo em Fortaleza.
O prefeito José Sarto (PDT) afirma que o novo concurso da Guarda Municipal deverá ser usado "prioritariamente" para reforçar a segurança de escolas municipais de Fortaleza. Com mil vagas, o concurso foi anunciado no final de março e deve ser realizado na segunda quinzena de junho.
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