Um dos pré-candidatos do PL para a Prefeitura de Fortaleza, o deputado estadual Carmelo Neto afirma que há hoje uma "certeza" entre filiados do partido por uma candidatura própria na eleição de 2024 na Capital. Apesar de dizer que ainda é cedo para o debate de possíveis nomes para a disputa, o parlamentar já descarta a possibilidade de nova composição do grupo ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o ex-deputado Capitão Wagner (UB).

"Esse bloco do PL, de oposição ao PT e ao PDT, votou no Capitão na primeira campanha dele para prefeito, na segunda e nesta última para governador. Agora, é natural que em determinado momento o partido cresceu, e hoje são seis vereadores, cinco deputados federais e quatro deputados estaduais, então é natural que o partido reflita e analise alguns nomes internos para apresentar como opção para essa disputa que se aproxima", diz.

Na semana passada, o deputado chegou inclusive a ter o próprio nome "lançado" à Prefeitura pelo senador Cid Gomes (PDT), líder do bloco governista no Ceará. Em entrevista á TV Assembleia, Cid disse que Carmelo seria um nome mais "inteligente" para o bloco bolsonarista, apesar de o deputado federal André Fernandes (PL) possuir maior relação direta com a família Bolsonaro. "É o bolsonarista mais raiz", diz o pedetista.

Apesar do "elogio", Carmelo afirma que o momento agora é de unificar filiados em busca de fortalecer a chapa do PL para a Câmara Municipal. "Almocei hoje com a bancada e o sentimento é de entusiasmo, que a gente vai crescer e o PL vai fazer de 8 a 10 vereadores. Nosso trabalho vai ser para ampliar bastante a bancada", afirma o deputado, apesar de admitir que tanto ele quanto André Fernandes têm "interesse" na disputa.

"Obviamente há interesse em ambas as partes e o André tem bons predicados, vai contribuir muito para esse debate (...) mas essa questão sobre o nome, quem vai ser lançado, é debate lá para frente, julho, quando tiver próximo das convenções. O momento é de estar unido para formar esse partido grande, e tenho certeza que todos os filiados do PL estarão unidos com esse nome, seja quem for escolhido", afirma.

Zé Airton x Bismarck

O deputado Zé Airton Cirilo (PT) provocou nesta quinta-feira, 11, "climão" no palanque de evento com o governador Elmano de Freitas (PT) no Palácio da Abolição. Durante ato de abertura de voos comerciais entre Fortaleza e Aracati, o deputado petista usou da palavra para fazer uma série de críticas ao prefeito do município, Bismarck Maia (Podemos).

Entre os ataques, o petista chegou a acusar o gestor de fazer uma gestão "arrogante". O filho do prefeito, o deputado federal Eduardo Bismarck (PDT), acabou reagindo e acusando o petista de ser "mentiroso". Zé Airton revidou, provocando uma escalada de gritos que precisou ser contida pelo próprio governador. "Algumas questões precisam estar acima de disputas políticas locais", disse Elmano. Antes, Zé Airton já havia confundido o nome de outro filho do prefeito, o deputado estadual Guilherme Bismarck (PDT), por duas vezes, causando mal-estar no palanque.

Heitor Freire

O ex-deputado federal Heitor Freire (UB-CE) foi nomeado nesta quinta-feira, 11, para o comando de uma diretoria da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Eleito em 2018 como "o federal de Jair Bolsonaro" no Ceará, o ex-parlamentar rompeu com o ex-presidente na época em que Jair deixou o antigo PSL. Atualmente no União Brasil, o "ex-bolsonarista" teve a nomeação publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira.

A nomeação, portanto, ocorre no contexto de acomodações promovidas pelo governo Lula de olho em "amarrar" a base de apoio no Congresso. O caso, no entanto, chama a atenção pelo perfil do ex-deputado: Antipetista convicto, Freire chegou no passado inclusive a propor, em 2019, uma ação na Justiça cobrando a extinção do Partido dos Trabalhadores. Na época, Freire chegou inclusive a divulgar video acusando o PT de ter se transformado em uma "organização criminosa".