Presidente Nacional em exercício do PDT, o deputado André Figueiredo (PDT) reafirmou nesta sexta-feira, 6, decisão do comando nacional do partido em instituir uma comissão provisória para substituir o diretório pedetista do Ceará. Na prática, a ação invalidou convocação feita por Cid Gomes (PDT) e aliados para nova eleição da Executiva da sigla.

Em mensagens enviadas à coluna, André reafirma tese de que o diretório local do PDT estava fora do prazo de validade desde esta quinta-feira, 5. “Nossa convenção foi em 5 de outubro de 2019. Prazo de validade máxima de quatro anos. O estatuto é claro quanto a este prazo”, diz o deputado, que também é presidente da Executiva do partido no Ceará.

Já Cid Gomes notificou o secretário da Executiva Nacional do PDT, Manoel Dias, pedindo esclarecimentos sobre a recente "inativação" do diretório do PDT no Ceará. Na ação, Cid diz ter sido "surpreendido" com a mudança e afirmou que o órgão estava “em plena atividade partidária e no regular exercício de suas funções”.

A julgar pela composição dos membros, a nova comissão provisória acaba consolidando grupos do deputado André Figueiredo e do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) no comando da sigla no Estado. Indicados incluem pessoas lotadas na Prefeitura de Fortaleza, que atuam no gabinete de André na Câmara dos Deputados ou integrantes do Diretório Nacional do PDT, que tem o deputado como um de seus principais líderes.

Comissão provisória

Conforme a coluna divulgou, o PDT Nacional instituiu uma comissão provisória de 12 membros que assumirá temporariamente as funções do diretório da sigla no Ceará. Com isso, a convocação realizada nesta sexta-feira, 6, por aliados de Cid Gomes (PDT) para uma nova eleição de Executiva da legenda teria perdido a validade.

Na prática, a pedetista Cristhina Brasil – presidente da Ação da Mulher Trabalhista do PDT-CE e aliada do grupo de André Figueiredo (PDT) e do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) – foi instituída no comando local do partido em caráter provisório, com Flávio Torres na vice.

Segundo a coluna apurou, a mudança ocorreu após o prazo do mandato do diretório do PDT Ceará – onde o senador Cid Gomes (PDT) possui maioria – ser alterado no sistema da Justiça Eleitoral. A mudança ocorreu na noite desta quinta-feira, 5, com previsão de término do mandato dos atuais membros do diretório também para esta mesma data.

Na manhã desta sexta-feira, 6, aliados de Cid Gomes receberam certificados da Justiça Eleitoral apontando que o atual diretório do partido no Ceará "encontra-se com prazo de validade expirado", com todos os antigos membros na situação de "inativos".

No sistema, o diretório estadual também aparece como "inativado por decisão do partido". Em contato com a coluna, integrantes do grupo do senador acusam bloco de André Figueiredo de ter promovido um “golpe” e dissolvido o atual diretório do partido no Ceará.

Aliados de Figueiredo, no entanto, negam a tese e afirmam que a data antiga estava no sistema da Justiça Eleitoral “por um erro”, e que a mudança teria apenas corrigido a situação. A coluna tentou entrar em contato com Figueiredo, mas não obteve resposta até o presente momento.