O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
A Executiva Nacional do PDT decidiu nesta sexta-feira, 27, pela abertura de um processo de intervenção nacional no comando do partido no Ceará. Após reunião com direito a muito bate-boca e “lavagem de roupa suja” entre Ciro Gomes (PDT) e o irmão Cid Gomes (PDT), o senador chegou a sinalizar que deverá, com a decisão, deixar o partido.
“Eu entrei no PDT pela porta da frente, e vou sair pela porta da frente”, disse Cid. Na votação, apenas o senador votou contrário à intervenção partidária no PDT Ceará. Vice-governador de Alagoas, o pedetista Ronaldo Lessa se absteve da votação. Com exceção dos dois, todos os demais membros da Executiva foram favoráveis à ação.
Com a decisão, deverá ser aberto um processo, com direito a contraditório e ampla defesa, para a remoção de Cid Gomes como presidente da Executiva do PDT no Ceará. Durante a reunião, o senador chegou a defender o próprio direito de seguir no comando da sigla, destacando ter apoio da maioria dos parlamentares pedetistas cearenses.
A medida, no entanto, já tem valor liminar e Cid já não é mais considerado presidente da Executiva do PDT Ceará. “A intervenção é liminar, então já vai ser nomeado um interventor, e vai ser aberto agora o espaço para que todo mundo se defenda", diz o deputado André Figueiredo (PDT), presidente nacional em exercício do PDT e adversário de Cid na disputa interna do partido.
Em outro momento, Cid Gomes defendeu também que trabalharia “a todo o tempo” pela manutenção da aliança entre PT e PDT na eleição de 2024 em Fortaleza, inclusive com possibilidade de candidatura pedetista. Durante a reunião, Cid chegou a debater de forma acalorada com o próprio irmão, o presidenciável Ciro Gomes.
Uma das falas mais duras a favor da intervenção veio pela vice-prefeita de Recife, Isabella de Roldão (PDT), que criticou pretensões “governistas” do grupo de Cid no Ceará. “Partido não pode existir só se estiver no poder, partido tem que ter causas, bandeiras”, disse, citando o legado de Leonel Brizola no histórico do PDT.
Em outro momento, Ciro Gomes chegou a direcionar “palavras duras” a cearenses pró-Cid que participavam da reunião. Em determinado momento, ele chegou a dizer ao deputado estadual Guilherme Landim (PDT) que ele não seria alçado pelo grupo à presidência da Assembleia Legislativa do Ceará, porque ele seria “traído pelo PT”. “Foi muito ruim (...) o Ciro atirou para todo o lado”, disse um deputado que acompanhou o encontro.
Apesar da sinalização de Cid sobre uma possível saída do PDT, aliados do senador no partido afirmam que o grupo ainda irá avaliar como deverá agir no caso. Cidistas não descartam recorrer contra a intervenção na Justiça.
Política é imprevisível, mas um texto sobre política que conta o que você precisa saber, não. Então, Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.