O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O deputado federal André Fernandes (PL) foi intimado pela Polícia Federal em seu escritório nesta terça-feira, 30, para prestar depoimento em um inquérito que apura suposta implantação de dados falsos em sistemas da Justiça Eleitoral. A oitiva está marcada para ocorrer entre os dias 19 e 23 de fevereiro.
A investigação ocorre após o deputado alterar a autodeclaração de sua cor/raça no registro de candidatura da Justiça Eleitoral entre as eleições de 2018 e 2022. Em 2018, quando Fernandes foi eleito deputado estadual, ele se declarou como “pardo”. Em 2022, no entanto, quando ele se elegeu para a Câmara dos Deputados, o item foi alterado para “branco”.
"Estes candidatos se autodeclararam-se em eleições anteriores como pardo e preto, respectivamente, e nas eleições de 2022 passaram a se declarar como brancos”, diz resumo do inquérito apresentado no momento da intimação do deputado.
Procurado pela coluna, Fernandes afirmou que ainda não teve acesso ao procedimento, mas diz ter “plena certeza” de que não cometeu irregularidade. “Em um país miscigenado como o nosso, essa autodeclaração não configura crime. Sigo tranquilo, pois assim como inúmeras outras vezes, tenho plena certeza de que não cometi nenhuma irregularidade”.
“Chego a pensar que minha atuação política firme é a causa principal de tantas investidas contra mim. Não vou sucumbir a mais essa provação, pois a confiança que meus conterrâneos têm depositado em mim só aumenta e me permite seguir lutando”, continua.
Autodeclaração na mira
A abertura do inquérito segue pedido da Procuradoria Regional Eleitoral no Ceará e tem base em recente “endurecimento” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra mudanças na autodeclaração para as eleições.
A investida, no entanto, costuma ocorrer mais no sentido contrário, quando políticos alteram declarações de “branco” para “pretos” ou “pardos”. A preocupação do TSE ocorre pois, desde 2022, candidatos autodeclarados negros são contados em dobro na definição dos valores do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral distribuídos aos partidos políticos.
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