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Cearense presa no 8 de janeiro é condenada a 13 anos e 6 meses de prisão
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Cearense presa no 8 de janeiro é condenada a 13 anos e 6 meses de prisão

Com a condenação, Francisca Hildete se junta ao blogueiro Wellington Macedo como os únicos cearenses já condenados por envolvimento nos atos golpistas
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Moraes vota pela condenação de mais 15 réus pelos atos de 8 de janeiro (Foto: )
Foto: Moraes vota pela condenação de mais 15 réus pelos atos de 8 de janeiro

Presa em 8 de janeiro do ano passado acusada de participar dos ataques golpistas contra a Praça dos Três Poderes, a cearense Francisca Hildete Ferreira foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à pena de 13 anos e 6 meses de prisão, sendo 12 anos de reclusão – começando no regime fechado – e um ano e seis meses de detenção.

O julgamento da cearense, que havia começado no último dia 15 de dezembro, foi concluído na terça-feira da semana passada, 6. Ao todo, Hildete foi condenada pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do Patrimônio tombado e associação criminosa armada.

Além da pena de prisão, a idosa de 60 anos também terá que participar no pagamento de uma indenização de dano moral coletivo, fixada pelo STF em R$ 30 milhões, que será paga coletivamente por todos os condenados por participação nos atos de 8 de janeiro.

Com a condenação, Francisca Hildete se junta ao blogueiro Wellington Macedo como os únicos cearenses já condenados por envolvimento nos atos antidemocráticos registrados após a vitória do presidente Lula (PT) na eleição de 2022. Em agosto do ano passado, Macedo foi condenado a seis anos de prisão por participação na tentativa de atentado à bomba registrada nas proximidades do Aeroporto de Brasília.

Julgamento

Presa no dia 8 de janeiro no Palácio do Planalto, Francisca Hildete foi a última cearense detida durante os atos a ter prisão revogada, ainda em 7 de agosto de 2023, e foi imputada a diversos crimes por conta de material encontrado em um celular apreendido com ela - inclusive com fotos da acusada durante a invasão do Planalto e depredação do STF.

Em sua defesa, a acusada chega a levantar suspeição de ministros do STF para julgar o caso, além de apontar que manifestantes transitavam "pacificamente" no interior do Palácio do Planalto, com casos de violência sendo questões "individuais".

Abrindo o julgamento, Moraes votou pela condenação da ré a 12 anos e 6 meses de prisão. A dosimetria da pena, no entanto, foi modificada por divergência aberta pelo ministro Cristiano Zanin, que foi acompanhado pelos demais ministros. Apenas André Mendonça e Kássio Nunes Marques, indicados por Jair Bolsonaro (PL), votaram pela absolvição da ré.

Outros cearenses aguardam julgamento

Além de Wellington Macedo e Francisca Hildete, outros 25 cearenses já tiveram denúncias recebidas pelo STF por suposto envolvimento nos ataques. Com isso, integrantes do grupo passaram à condição de réus e respondem a ações penais pelos supostos crimes, até agora, de incitação ao crime e associação criminosa armada. Uma outra cearense presa no oito de janeiro também é alvo de inquérito no STF, mas ainda não teve denúncia oferecida.

No final do ano passado, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) chegou a apresentar projeto de lei propondo uma anistia para todos os condenados e investigados no caso. Líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT), rejeita a tese. "Vândalos que tentaram dar um golpe precisam ser punidos ao rigor da lei", diz.

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