
Carlos Viana é jornalista da área de Opinião do O POVO. Atua também na rádio O POVO/CBN com uma coluna semanal na área de inclusão
Carlos Viana é jornalista da área de Opinião do O POVO. Atua também na rádio O POVO/CBN com uma coluna semanal na área de inclusão
Nos últimos anos, a Prefeitura de Fortaleza vem investindo na acessibilidade, seja na colocação de piso tátil, elevadores ou semáforos sonoros. No entanto, essa acessibilidade é, no mínimo, questionável.
No terminal de ônibus da Messejana, por exemplo, o elevador que garante acessibilidade de cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida não funciona há meses. Mesmo caso do elevador instalado na estação "Fátima", do BRT, na Aguanambi. Em um evento que participei há algum tempo, uma cadeirante relatou que quase foi atropelada ao tentar passar a Aguanambi por outro local, uma vez que o elevador estava sem funcionar.
Não bastasse isso, vemos um verdadeiro descaso na colocação de pisos táteis. Primeiro pelo próprio relevo do piso que, na imensa maioria dos casos, é difícil de perceber. Além disso, muitos desses pisos estão colocados em locais que podem causar acidentes. É o caso da avenida Castelo de Castro, no Conjunto São Cristóvão, quando o piso tátil foi colocado rente a um banco de cimento. Ou seja, se o cego se confiar no piso, vai acabar batendo no banco.
Agora, o novo desafio que nós, pessoas com deficiência encontramos são as estações do Bicicletar e patinetes, espalhadas por vários locais da Cidade.
Essas estações, sobretudo a dos patinetes, estão sendo colocadas em vários locais sem nenhuma sinalização acessível e, pior, em cima da calçada. Eu mesmo já bati em uma estação do Bicicletar que estava em uma calçada.
Mas os problemas não acabam por aí: quando a gente entra no site da Prefeitura, é surpreendido pelo som de uma webrádio. A despeito da programação musical de qualidade, uma pessoa cega não consegue navegar com leitor de telas nos sites da prefeitura, uma vez que a música acaba impedindo que consigamos escutar o que o leitor de telas lê.
Engraçado é que a Prefeitura tem, há anos, uma coordenadoria voltada para políticas voltadas à população com deficiência. Mas, ao que parece, essa coordenadoria não está dando conta do recado.
E isso acontece independente do prefeito ou partido. Parece que as pessoas com deficiência só são importantes em período eleitoral, quando vários candidatos surfam na onda da inclusão. Depois da eleição... Aí é outra história.
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