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Eunício quer seguir Camilo: para onde?
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Eunício quer seguir Camilo: para onde?

Tipo Notícia
Eunício Oliveira e Camilo Santana (Foto: FÁBIO LIMA 20/7/2018)
Foto: FÁBIO LIMA 20/7/2018 Eunício Oliveira e Camilo Santana

Afastado nos últimos anos do centro das disputas políticas de Fortaleza, o ex-senador Eunício Oliveira tenta organizar para 2020 o "retorno" do MDB na busca por espaços na Capital. Com intenção de reerguer a bancada do partido na Câmara - a sigla, que chegou a eleger 10 vereadores na era Juraci, tem hoje apenas um representante no parlamento municipal -, o senador está hoje inclinado a apoiar para a Prefeitura o candidato que for apontado pelo governador Camilo Santana (PT). Resta, no entanto, um problema: quem é esse candidato?

Da mesma forma que ocorreu em 2016, o governador vive hoje um dilema: aliado de primeira hora do pedetismo no Ceará, Camilo reconhece dívida e parceria com os irmãos Cid e Ciro Gomes (PDT), sendo seu apoio ao candidato do PDT mais que esperado pelo clã. Do outro lado, seu próprio partido, o PT, tem hoje consenso quase fechado por uma candidatura própria. Na última eleição, quando o mesmo cenário se repetiu, o governador "saiu pela tangente", evitando grandes demonstrações de apoio no 1º turno, e descambando para a campanha de reeleição de Roberto Cláudio (PDT) apenas na segunda etapa da disputa.

Em 2020, no entanto, existem novas variáveis em jogo - entre elas, o próprio apoio de Eunício e do MDB, sigla de grande relevância para o tempo de televisão e fatia do Fundo Eleitoral. "Eles (Camilo e Eunício) têm um relacionamento pessoal muito forte. Tenho certeza que o desejo do Eunício hoje, até por essa questão pessoal, é apoiar um candidato do Camilo, se houver", destaca o deputado Danniel Oliveira (MDB), sobrinho do ex-senador e um dos líderes da estratégia eleitoral do MDB no Estado. Ele destaca que a questão ainda está em aberto e será discutida, sem nenhum veto a qualquer nome e até possibilidade de candidatura própria.

FALANDO FRANCAMENTE

A tese de apoio de eunicistas a qualquer candidato fora da indicação de Camilo, no entanto, é descartada entre deputados da base aliada ouvidos pela coluna. Além da boa relação entre o governador e o emedebista desde a eleição passada, atualmente boa parte dos nomes de confiança de Eunício ocupam cargos comissionados na máquina estadual - como a secretária-executiva do Esporte, Jade Romero, e o assessor especial da Casa Civil Bruno Sarmento (ambos ex-secretários de governos ligados ao clã Ferreira Gomes).

A outra opção levantada por Danniel, de candidatura própria emedebista, parece pouco viável. Atualmente, o partido não conta entre seus quadros com nenhum nome de expressividade eleitoral suficiente na Capital que justificasse um enfrentamento direto contra o interesse de Camilo. Existem, no entanto, nomes fortes o bastante para ajudarem a sigla a se reerguer na Câmara. "Nosso plano é fazer de quatro a seis vereadores", diz Oliveira.

INTERIOR

O que falta ao MDB da Capital em pré-candidato a prefeito, no entanto, sobra no Interior. Atualmente, o partido possui pelo menos dois nomes fortes para a disputa em grandes cidades, como dos deputados estaduais Agenor Neto em Iguatu e Davi de Raimundão em Juazeiro do Norte. Ambos já vêm com força: Agenor já administrou a cidade e Davi, como o nome sugere, é filho do ex-prefeito de Juazeiro Raimundo Macedo - o Raimundão. Disputas prometem.

TCE DIVIDIDO

Assume hoje como presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) o conselheiro Valdomiro Távora, eleito no final do ano passado em "virada" inesperada no pleno. Valdomiro, que venceu por 4 votos a 3 disputa contra o conselheiro Rholden Queiroz, exercerá seu quarto mandato como presidente da Corte. A vitória surpreendeu pois, conforme a tradição de rodízio de membros do Tribunal, esta seria a vez de Rholden na fila pelo comando do TCE. O novo presidente, portanto, "furou a fila" do colega.

Foto do Carlos Mazza

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