O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
Ainda em processo de criação junto à Justiça Eleitoral, o Aliança pelo Brasil pode já começar grande no Ceará. É o que sinaliza o coordenador do processo de criação da sigla e futuro presidente do partido no Ceará, o empresário Manoel Linhares. Segundo ele, além dos deputados estaduais André Fernandes e Delegado Cavalcante (hoje ambos no PSL) e da vereadora Priscila Costa, o Aliança já despertou o interesse de prefeitos e outros deputados no Estado, que podem migrar para a legenda assim que ela tiver registro confirmado.
"Já tem deputado, prefeito, querendo vir para o Aliança", disse Manoel, em evento de apoiadores da nova sigla realizado no início do ano em Fortaleza. O presidente do partido de Jair Bolsonaro no Ceará, no entanto, ainda faz mistério sobre quem são os políticos com probabilidade de migração para a lenda. Normal: nesse tipo de "transação", qualquer fala antes da confirmação costuma implodir a negociação toda.
Resta saber, principalmente, se é gente da base de Camilo Santana (PT) ou da oposição no Estado. Atualmente, muita gente que se diz aliada do petista reza cartilha semelhante e mantém boas relações com o bolsonarismo em Brasília. Uma coisa, no entanto, é certa: o Aliança pelo Brasil quer distância do atual partido do presidente, o PSL, hoje comandado pelo deputado federal Heitor Freire no Ceará.
2020 começou bem para o projeto do deputado Capitão Wagner (Pros) de olho na Prefeitura de Fortaleza. No último fim de semana, o Republicanos (antigo PRB) anunciou que apoiará candidatura do militar na disputa. Até o início do mês, o partido era integrante da base aliada de Roberto Cláudio (PDT) na Capital e de Camilo Santana no Estado. Durante quase todo o ano passado, o principal parlamentar da sigla no Ceará, deputado federal Ronaldo Martins, ocupou a Secretaria dos Esportes da gestão de RC.
A "virada de mesa" do Republicanos - expressiva sigla com 32 deputados federais - é, até agora, a principal adesão de Wagner para a eleição deste ano. Antes deles, o deputado só contava com apoio já anunciado dos diminutos Avante, Podemos e PSC. Como o próprio candidato é de um partido nanico, o Pros, a adesão do Republicanos tem dupla relevância para a contabilidade de recursos do Fundo Eleitoral e tempo de televisão da candidatura.
Nos bastidores, Wagner e aliados têm falado da possibilidade de até outros dois apoios, entre eles o PSL e o Democratas. Resta saber como a base de Roberto Cláudio reagirá aos movimentos.
A combinação entre eleições municipais e o grande número de contradições inconciliáveis dentro da base de Camilo Santana já teve seus primeiros efeitos do ano. No último fim de semana, a ex-deputada Mirian Sobreira, mãe do deputado Marcos Sobreira (PDT), confirmou migração do PDT para o PT, de olho em disputar a Prefeitura de Iguatu.
A ex-deputada migra para o ninho petista após romper politicamente com o atual prefeito do município, Ednaldo Lavor (PDT), que deve disputar reeleição. Como os Sobreira negam qualquer conflito com a cúpula estadual pedetista, a troca de legendas não deve se aplicar também ao filho de Mirian. Curioso é o PT, que tem aliados de Lavor no município, ter aceitado a mudança.
Outro deputado da base aliada do governo, Agenor Neto (MDB), também não esconde que deverá disputar o comando do Executivo de Iguatu. Ou seja, tudo indica pelo menos três candidatos "camilistas" por lá.
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