O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
A Assembleia Legislativa responde nesta quinta-feira, 21, pedido do procurador-geral de Justiça do Ceará, Manuel Pinheiro, por dados sobre despesas e servidores lotados no gabinete do deputado Delegado Cavalcante (PSL). Medida faz parte de investigação que apura se o deputado teria usado estrutura da Casa para auxiliar a criação do partido Aliança pelo Brasil.
Ação segue denúncia, baseada em imagens das próprias redes sociais do deputado, que mostra três servidores comissionados em vários eventos de coleta de assinaturas para a criação da sigla. "Em nítido desvio de função e malversação do erário", diz denúncia. Em fase de criação, o Aliança pelo Brasil é o partido articulado por Jair Bolsonaro após sair do PSL.
Nas imagens, o deputado ou os servidores aparecem em eventos em municípios do Interior do Ceará e até em outros estados, como Alagoas, Bahia, Brasília, Paraíba e Rio Grande do Norte. Vários dos atos teriam acontecido ainda dentro do horário de expediente da Assembleia. Nas redes, os comissionados publicavam fichas e até instruções legais para o apoio ao partido.
Com base na denúncia, o promotor Ricardo Rocha, da Procuradoria de Crimes contra a Administração Pública (Procap), pediu em 15 de abril à Assembleia os registros de pontos dos três comissionados citados. Além disso, cobrou dados para saber se as viagens teriam tido despesas – passagens aéreas, hospedagens, deslocamentos – custeadas pela Casa.
"Tendo em vista a necessidade de instrução do procedimento, que apura suposto ato de improbidade administrativa praticado pelo deputado estadual Delegado Cavalcante e servidores comissionados lotados em seu gabinete”, justifica Rocha. O pedido foi encaminhado pelo procurador-geral de Justiça ao presidente da Assembleia dois dias depois, em 17 de abril.
Em entrevista à coluna, Delegado Cavalcante disse que ainda não foi informado sobre o caso oficialmente, sabendo da história apenas através da imprensa. Ele afirma que já protocolou inclusive requerimento na Assembleia pedindo maiores informações sobre o caso.
Apesar de dizendo que não pode comentar detalhes da denúncia até ser notificado oficialmente, o deputado minimiza a questão: “Isso não existe, não tem nenhum tostão de dinheiro da Assembleia em criação de partido. O que existe é gente que é contra o presidente Bolsonaro e, por isso, acaba indo para cima da gente”, diz Cavalcante.
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