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Futuro: na teoria e na prática
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Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Unifor e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da equipe de reportagem do Anuário Ceará e da editoria de Economia do O POVO. Atualmente é Editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO

Futuro: na teoria e na prática

Tipo Notícia
BIA Fiúza, da Coalizão pelo Impacto (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS BIA Fiúza, da Coalizão pelo Impacto

O universo empresarial é pautado por tendências que direcionam os melhores caminhos a serem seguidos. E muito tem se falado, ultimamente, em boas práticas de ESG e ASG, mas grande parte não sabe o que essa sigla em inglês significa ou como ela impacta no dia a dia das pessoas e das empresas. Diante desse cenário, o tema foi escolhido para a estreia desta coluna que vai permear muitos aspectos do mundo dos negócios e do empreendedorismo. No papel, ESG, já traduzido para o português engloba estratégias relacionadas ao meio ambiente, responsabilidade social e de governança. A diretora da Conforme Consultoria e especialista na área, Cleane Ramos, resume que o ESG pode dizer o quanto um negócio busca, de forma transparente, diminuir seus impactos no meio ambiente, com boas práticas e melhores processos de administração, para construir um mundo mais justo e responsável para as pessoas.

ODS

Outro termo diretamente ligado ao ESG é Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) que fazem parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável adotado pelo pacto global da Organização das Nações Unidas (ONU) do qual o Brasil faz parte. São 17 objetivos e 169 metas de ação global, para alcance até 2030 que abrange as dimensões ambiental, econômica e social do desenvolvimento sustentável, de forma integrada e inter-relacionada. Até janeiro deste ano, o Brasil apresentava 254 indicadores, entre produzidos e em análise, distribuídos pelos 17 ODS.

IMPACTO POSITIVO

No Ceará temos a Somos Um, criada por Ticiana Rolim e que tem Bia Fiuza como diretora executiva, organização sem fins lucrativos que desenvolve negócios para gerar impacto positivo. Na prática dão consultorias, acelerações, cursos, workshops, palestras e eventos para fortalecer a agenda local. Em maio, a Somos Um irá atuar como co-realizadora, em Fortaleza, do projeto nacional Coalizão pelo Impacto, iniciativa do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), que conta com outros parceiros como Instituto humanize, Fundação Grupo Boticário e Cosan.


Em cinco anos, a ação pretende mobilizar R$ 21,5 milhões em recursos filantrópicos para a construção da infraestrutura de suporte aos empreendedores de impacto em todas as regiões do país. A expectativa é fortalecer 500 negócios de impacto, que tem potencial de mobilizar R$ 50 milhões em investimentos diretos.

DESDE O BERÇO

A startup Pet Cracker já nasceu com pilares pautados nas práticas do ESG. Sob o comando da CEO, Débora Silva, a empresa, com foco na alimentação saudável para pets, realiza governança com o Comitê de ESG; pacto de transparência e o Programa Green Pet. Entre algumas ações ambientais estão o reaproveitamento de embalagens e redução de 30% dos plásticos; utilização de cascas de legumes e frutas nas receitas; controle do uso de energias; e entregas de bicicletas até 2 km de distância da loja. E no âmbito social oferta de curso de reaproveitamento de materiais para as mães do bairro; doação de parte dos bolos para lares temporários de pets e parceria com a ONG Abrace.

EQUIDADE

Como parte da agenda em ESG Diageo, há um firme compromisso com a promoção da equidade de gênero e da valorização da representatividade feminina. Atualmente, a presença de mulheres em cargos de alta liderança alcança 62% desses postos na operação da companhia. Aqui no Ceará, na jornada pela sustentabilidade, desde 2018, a fábrica é ‘zero landfill’, ou seja, nenhum resíduo é enviado para aterro, sendo destinados para reuso, reciclagem ou reprocessamento. Em maio forma a turma-piloto do projeto Vozes da Liberdade, com egressas do sistema penitenciário do Ceará.

ENERGIA

A 3e Soluções, empresa especializada em estimular e implantar a eficiência energética e geração distribuída junto aos consumidores de energia, foca na relação das pessoas com o meio ambiente. Há cinco anos é signatária do Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas) e cumpre práticas pautadas em resoluções internacionais nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Em 2022, foca os projetos em cinco ODS: saúde e bem-estar; energia limpa e acessível; redução das desigualdades; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis.

MODA CONSCIENTE

Upcycling é um outro termo que nem todo mundo conhece e tem sido adotado pelo Brasil em diferentes segmentos, especialmente pela moda. Trata-se da reutilização de itens para compor um novo produto. Atualmente, 99% do lixo gerado pela indústria têxtil vai para os aterros sanitários e apenas 1% para reciclagem. O Brasil produz 175.000 toneladas ao ano de aparas de suas indústrias confeccionistas. Em Fortaleza, a Graziela Maciel criou a Mude-me e aderiu, desde o início, ao fashiontech que visa o impacto socioambiental do consumo de roupas. Trabalha forte nos ODS 12 e 13, que ressalta o consumo e a produção responsável e a atenção à mudança global do clima. Entre as ações para 2022, parceria com grupos produtivos de mulheres costureiras e artesãs, de regiões com baixo índice de desenvolvimento da Capital.

A multinacional Lycra, há 14 anos criou globalmente o Planet Agenda, que norteia as ações em ESG da companhia. A responsabilidade corporativa respeita e valoriza os funcionários, apoia ações em comunidades locais. Já a excelência na manufatura tem metas de redução de consumo de água e energia e geração e destinação de resíduos. A sustentabilidade dos produtos usa a pesquisa para conseguir reduzir o consumo de água e energia nos processados e aumentar a vida útil das roupas.

A planta da tecelagem Vicunha, em Pacajus, foi a escolhida para operar com 100% algodão ABR, certificado para Algodão Brasileiro Responsável. A mudança foi gradual e há cerca de pouco mais de 100 dias a unidade está totalmente focada na produção de 3 milhões de metros de denim por mês com essa característica. Essa decisão visa o futuro da moda que está em constante transformação e cada dia mais com consumidores conscientes e responsáveis pelo impacto de suas ações no mundo. A transparência é alcançada por um sistema de rastreamento que cria uma espécie de RG em forma de código de barras para cada fardo de algodão que chega à unidade. Esta identificação traz características físicas do algodão, procedência, grau de sustentabilidade do produtor.

COMPENSAÇÃO

No segundo semestre, a Mota Machado, em parceria com o projeto Esphera, lança uma tecnologia para mensurar o gasto de carbono da empresa em tempo real. Com o resultado em mãos serão aplicadas novas estratégias de diminuição do impacto da tonelada de carbono (tCO2).

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