Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da editoria de Economia e foi editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO. Atualmente cursa dois MBA em ESG - Trevisan e Faculdade CDL
O Brasil abre hoje, em Belém, a COP30, um espelho das contradições entre discurso e realidade climática. Enquanto líderes falam em transição justa e economia verde, o planeta arde, florestas caem e a ação ainda é o elo que falta entre promessa e sobrevivência
Foto: Adobe Stock
A Petrobras conseguiu a licença do Ibama para a perfuração de um poço exploratório para prospecção de petróleo no bloco FZA-M-059 da Margem Equatorial, na Foz do Amazonas. Na foto, a Margem Equatorial via satélite
O Brasil amanhece, hoje (10), no centro do mundo climático. A abertura da COP30, em Belém, é mais que um marco diplomático, é um espelho do que vivemos e sentimos na pele nos últimos tempos. Morte em show devido às altas temperaturas, chuvas extremas, geleiras derretendo, tornado no Paraná…
Não são fatos isolados, tudo isso é decorrência das mudanças climáticas causadas em virtude dos modelos econômicos de extração usados até agora. A natureza é sábia, finita e cobre a conta.
Até dia 21 de novembro, seguimos na capital paraense para ver e ouvir os líderes falarem em transição justa, economia verde e metas de carbono zero. Mas é preciso mais do que discurso, é hora da ação.
Fora dele, liberação para explorar petróleo na Foz da Amazônia, florestas seguem tombando, rios agonizam e populações tradicionais lutam por sobrevivência. Entre o discurso e a prática, cresce um abismo que desafia nossa capacidade de agir. Nesta COP amazônica, a pergunta essencial talvez não seja o que os líderes prometem, mas o que cada um de nós está disposto a mudar antes que as promessas se tornem ruínas.
Saúde em pauta
O Sesi Ceará leva para COP30 o projeto eCarbon Health Care, iniciativa pioneira que integra saúde e sustentabilidade, propondo um novo olhar sobre a pegada de carbono do setor de saúde. A plataforma quantifica e compara as emissões de gases de efeito estufa (GEE), em diferentes cenários de cuidado, promovendo decisões mais conscientes e sustentáveis, do nível individual ao corporativo.
Responsável pela ação, doutor Cláudio Patrício apresenta a ativação assistida da Calculadora eCarbon Health Care, no dia 13 de novembro, na Blue Zone, no estande da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 9h às 18h; e dois dias depois, a equipe do CIS Ceará participa, das 13h às 18h, na Federação das Indústrias do Pará (Fiepa).
Soluções marítimas
O Green Pioneer, embarcação da Fortescue, primeiro navio do mundo movido a amônia com dupla combustão, está em Belém para promover o transporte marítimo de emissão zero. A embarcação já percorreu três continentes, provando que a amônia é uma solução viável e segura para descarbonizar o setor.
A Fortescue critica o adiamento do marco global de emissões da International Maritime Organization (IMO), mas defende que a transição para combustíveis limpos é inevitável. A presença do navio no Brasil reforça o potencial nacional, especialmente do Nordeste, na produção de hidrogênio e amônia verdes.
Na Amazônia desde 92
A brasileira Natura anunciou a parceria institucional com a COP30, por meio da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). A empresa tem a Amazônia como uma escolha estratégica nos negócios há 25 anos. “Esta COP será a COP da implementação e, para nós, da regeneração, colocando a Amazônia na vitrine do mundo.
A conferência deve colocar em pauta o financiamento climático, a justiça na sua distribuição, a centralidade da Amazônia e da sociobioeconomia como soluções integradoras, além de dar maior protagonismo ao setor privado na aceleração da transição”, afirma Ana Costa, vice-presidente de Sustentabilidade, Jurídico e Reputação Corporativa da Natura.
Agronegócios e seguros
Com o aumento dos eventos climáticos extremos, a área segurada caiu 47% entre 2021 e 2024, passando de 13,7 milhões para 7,2 milhões de hectares. A Casa do Seguro, em Belém, vai realizar o evento “Seguro Agrícola e Resiliência Climática”, dia 20 de novembro, às 15h.
Além de ser um ponto de encontro sobre o agronegócio e o papel do seguro como mitigador de riscos, o evento marca o lançamento da ferramenta de conformidade socioambiental para seguros, iniciativa que reforça o compromisso do setor com boas práticas e sustentabilidade.
O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, afirma que o Seguro Rural é uma ferramenta eficiente para garantir a resiliência e a sustentabilidade dos produtores diante das perdas causadas por eventos climáticos extremos.
“A área segurada no Brasil ainda é muito baixa se comparada a países como os Estados Unidos, o que deixa milhares de produtores expostos e podendo perder tudo em uma única safra”, disse.
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