Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da editoria de Economia e foi editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO. Atualmente cursa dois MBA em ESG - Trevisan e Faculdade CDL
A pauta climática precisa, obrigatoriamente, incluir as condições de vida e de trabalho da população mais vulnerável. Os bancos comunitários e as iniciativas de economia solidária oferecerem alternativas reais de geração de renda com foco territorial, inclusão produtiva e sustentabilidade
Foto: Carol Kossling/O POVO
MINISTRO Luiz Marinho e Joaquim Melo
Durante participação na COP30, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defendeu que a pauta climática precisa, obrigatoriamente, incluir as condições de vida e de trabalho da população mais vulnerável. "Não há sustentabilidade possível sem pessoas no centro do debate, especialmente diante das transições tecnológica e climática em curso", afirmou à coluna. Luiz ainda citou, como exemplo, a urgência de discutir o que significa uma transição justa para catadores de recicláveis, moradores de rua, jovens entregadores que pedalam longas jornadas ou trabalhadores de aplicativos com baixa remuneração. "Não podemos aceitar a lógica que romantiza o empreendedorismo e transforma trabalho precarizado em MEI", disse o ministro. Ele destacou, ainda, o papel dos bancos comunitários e das iniciativas de economia solidária, que ganharam visibilidade na COP30 por oferecerem alternativas reais de geração de renda com foco territorial, inclusão produtiva e sustentabilidade.
Bancos sociais
Também durante a Conferência, Joaquim Melo, fundador do Banco Palmas, destacou a relevância dos bancos comunitários e da economia solidária no enfrentamento das desigualdades socioeconômicas e na promoção de um modelo de desenvolvimento sustentável no Brasil. Após o primeiro no Ceará, hoje são 184 bancos em 90 municípios de 20 estados, movimentando R$ 3,5 bilhões nos últimos cinco anos.
"Essas instituições fortalecem territórios de baixa renda ao estimular produção e consumo local, mostrando que moradores de comunidades não são apenas consumidores, mas também produtores com grande capacidade econômica, especialmente em setores como agroecologia, biojoias e negócios de impacto", detalhou.
Joaquim ressaltou, ainda, que os bancos comunitários também avançam para iniciativas de energia renovável, como projetos de geração de biometano e biogás desenvolvidos em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), que serão apresentados ao BNDES. A proposta prevê transformar resíduos orgânicos em energia limpa, reduzindo custos para famílias e para a gestão municipal. Para que o setor avance, ele afirma que é necessário destravar dois pontos: um marco regulatório, já em tramitação na Câmara e com previsão de aprovação no próximo ano, e maior acesso a financiamento.
Impactos sociais nas ruas
A segunda chamada do iFood Chega Junto 2025, edital que vai investir até R$ 10 milhões em iniciativas de impacto positivo para entregadores, recebeu 622 propostas de todos os estados brasileiros. Os projetos selecionados serão divulgados em 12 de janeiro de 2026.
A iniciativa tem propostas desenvolvidas tanto pelos próprios entregadores quanto por organizações sem fins lucrativos, com foco em temas como educação, segurança alimentar, segurança viária, saúde, aumento de renda e circularidade, em busca de melhorias duradouras para este grupo.
Entre as áreas de atuação dos projetos estão segurança viária, ações para melhorar o trânsito e reduzir acidentes; saúde, iniciativas que cuidem da saúde física, mental e emocional dos participantes; educação, projetos voltados para formação e desenvolvimento profissional e pessoal; segurança alimentar, projetos que ajudem comunidades a ter acesso a alimentos de qualidade; fortalecimento de renda, projetos para gerar renda e autonomia econômica; e sustentabilidade, ideias que promovam consumo consciente e gestão de resíduos.
A terceira chamada ocorrerá entre janeiro e março de 2026 e a quarta entre abril e junho do mesmo ano. Os projetos escolhidos contarão com suporte técnico e financeiro para sair do papel e impactar a rotina de milhares de entregadores. As inscrições estarão disponíveis pelo Portal do Entregador, reforçando a continuidade do edital e a abertura para novos projetos ao longo do próximo ano.
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