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Filantropia e mudanças climáticas
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Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da editoria de Economia e foi editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO. Atualmente cursa dois MBA em ESG - Trevisan e Faculdade CDL

Filantropia e mudanças climáticas

Em meio à emergência climática e às desigualdades sociais, a filantropia se consolida como agente estratégico de transformação. O investimento social privado amplia seu engajamento com a agenda climática, diversificando frentes de atuação, recursos e fortalecendo transparência, cooperação e impacto coletivo
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QUESTÃO ambiental ganhou espaço no relatório (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE QUESTÃO ambiental ganhou espaço no relatório

O Censo Gife 2024-2025 foi lançado na última semana em São Paulo, chegando a sua 12ª edição. Esse documento é uma radiografia do investimento social privado (ISP) no Brasil. Com participação recorde de 138 organizações, a pesquisa reúne dados comparáveis sobre estrutura, recursos, governança, diversidade e práticas de transparência do setor. Nesse biênio, o relatório traz novidades, como um eixo dedicado a mudanças climáticas, alinhado a compromissos internacionais da filantropia. Os números servem para que organizações possam orientar decisões, ampliar a colaboração entre investidores, Sociedade Civil e poder público e qualificar o impacto social no país. Para Patrícia Kunrath, coordenadora de Conhecimento do Gife, a pesquisa é elaborada para permitir visão mais ampla e dinâmica das práticas e tendências do campo. "Além disso, buscamos apoiar as organizações a identificar barreiras, lacunas e potências do ISP brasileiro".

Perfil do Censo

Nessa edição 47% dos respondentes foram institutos e fundações empresariais. Já institutos, fundações e fundos independentes corresponderam a 23% do total de respondentes, um crescimento de dois pontos percentuais em relação ao Censo anterior.

O mesmo se observa em Institutos e Fundações Familiares, cuja participação subiu de 18% para 20%. Já o grupo de Empresas representou 9% da amostra, uma redução de dois pontos percentuais em comparação com os 11% registrados na edição anterior.

Clima e mudanças climáticas

Esse ano, o Censo Gife tem uma seção exclusiva à agenda de clima e mudanças climáticas, detalhando volumes de investimento, perfis de investidores, linhas de atuação e tendências. Com o recorte para as categorias ambiente natural; sustentabilidade, ambiente urbano; e sustentabilidade e agricultura sustentável, alimentação e nutrição a somo representa R$ 490 milhões em investimentos em 2024, ante R$ 374 milhões em 2022.

Os recursos mapeados em 2024 direcionados às mudanças climáticas, ou em intersecção a ela, por meio da atuação transversal com outras temáticas, como educação, saúde, cultura, inclusão produtiva, somaram R$ 368 milhões. Das 138 organizações respondentes do Censo, 63 declararam executar ou financiar iniciativas voltadas à questão climática em 2024, o que representa 46% do total.

A distribuição dos recursos destinados a clima e mudanças climáticas mostra que as organizações independentes lideraram os aportes, respondendo por 49% do total investido. Na sequência, as organizações Empresariais concentraram 38% dos recursos, enquanto as Familiares contribuíram com 12% e as Empresas, com apenas 2%.

Educação ambiental e mobilização comunitária

As frentes de atuação em clima e mudanças climáticas têm atuação diversificada. Educação ambiental e mobilização comunitária lideraram, sendo mencionadas por 44% das organizações. Em seguida, aparecem justiça climática e reparação, bem como adaptação e resiliência a eventos climáticos extremos, ambas com 32%.

Energias renováveis e eficiência energética foram citadas por 27%, enquanto gestão de resíduos e/ou economia circular, sistemas alimentares e uso do solo, e restauração florestal e ecológica foram apontadas por 22% das organizações. Outras áreas tiveram menor incidência, como conservação da biodiversidade da fauna (19%), recursos hídricos e oceanos (13%) e combate ao desmatamento e à grilagem (5%).

 

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