Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da editoria de Economia e foi editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO. Atualmente cursa dois MBA em ESG - Trevisan e Faculdade CDL
No ano novo, não haverá mais esconderijo para a sustentabilidade corporativa. O tempo em que bastava arrumar a própria casa ficou para trás e empresas passam a ser cobradas pelo que acontece muito antes da porta de entrada e muito depois do produto vendido
Foto: marcos moura/Divulgação
GESTÃO dos resíduos a partir da coleta, triagem e destinação dos recicláveis se torna oportunidade de renda
Por muito tempo, a sustentabilidade corporativa ficou restrita aos muros da empresa com ações como reduzir consumo de energia, reciclar resíduos, publicar um relatório bonito de ESG. Porém, esse ciclo está se encerrando. A grande virada, que já está em curso e que se consolidará em 2026, é a integração profunda da sustentabilidade nas cadeias de valor, quando as empresas passam a ser cobradas não apenas pelo que fazem dentro de casa, mas por tudo o que acontece do fornecedor ao consumidor final.
Na prática, isso significa olhar para a cadeia de valor, expressão usada para descrever todas as etapas envolvidas na produção de um bem ou serviço da extração de matéria-prima, transporte, fabricação, distribuição ao descarte. Não basta mais ter boas práticas no escritório se, no início da cadeia, há desmatamento, trabalho precário ou emissões descontroladas.
É aí que entra a chamada due diligence socioambiental, termo em inglês que significa diligência prévia, processo contínuo de identificar, prevenir e corrigir riscos ambientais, sociais e de direitos humanos associados a fornecedores e parceiros. Que venha 2026!
Escopo 3
O ano novo também trará novidade em relação as emissões de Escopo 3. Diferentemente dos Escopos 1 e 2, que abrangem emissões diretas e o consumo de energia da própria empresa, o Escopo 3 inclui todas as emissões indiretas da cadeia, do combustível usado no transporte de insumos ao impacto do produto após a venda. Em muitos setores, essas emissões representam mais de 70% da pegada de carbono total, o que explica por que investidores e reguladores passaram a exigir transparência e métricas mais robustas.
Para dar conta dessa complexidade, cresce o uso de tecnologias como o blockchain, sistema de registro digital descentralizado que permite rastrear informações de forma segura e transparente. Na sustentabilidade, ele vem sendo usado para comprovar a origem de matérias-primas, verificar certificações ambientais e monitorar condições de trabalho, reduzindo fraudes e aumentando a confiança dos dados reportados.
Resíduos têxteis
A Lupo inaugurou, esse mês, sua primeira loja construída com tijolos feitos a partir de resíduos têxteis, marcando um novo passo em seu modelo de varejo sustentável. A unidade, localizada em Roseira, no interior de São Paulo, funciona como um laboratório de economia circular.
Os blocos foram desenvolvidos pela empresa Wolf, de Araraquara, a partir de resíduos de poliamida gerados no próprio processo produtivo da Lupo. A iniciativa transforma um passivo ambiental em ativo construtivo, reduzindo impactos e fechando o ciclo da cadeia produtiva.
ESG, meio ambiente e formatos econômicos. Tudo isto, aqui. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.