A Casa de Cultura Preta Simoa homenageia a grande lutadora, mulher negra do Ceará, mobilizadora e liderança entre os trabalhadores jangadeiros contra o transporte de negros/as escravizados/as para a capital da província do Ceará, no século XIX. A Casa atua para a divulgação e fomento da cultura africana e afro-brasileira e o fortalecimento da economia do/a negro/a no Estado. A Casa de Cultura Preta Simoa será representada por Aliciane Barros, Jonas de Jesus Nenzinha Ferreira e Pérola Oyá
Nas últimas décadas o movimento negro – em nível nacional e internacional – tem se organizado a fim de denunciar o racismo e reivindicar políticas públicas que promovam a igualdade de direitos.
A Feira Negra de Fortaleza, espaço coletivo de escoamento da produção de mercadoria de pessoas que se reconhecem, vivem e mantém a cultura afro cearense, é o exemplo de “Poder do povo Negro”, numa perspectiva de permanência, em uma cidade, ou até mesmo em um Estado, que ainda invisibiliza muito a existência dessa população.
O Estado do Ceará, assim como todo o país, é profundamente marcado por desigualdades étnicas e raciais, cujas raízes remontam a um processo colonial que promoveu a migração forçada e a escravização de enormes contingentes populacionais vindos do continente Africano. Ao longo da história do Brasil a violência, seja ela física, econômica, moral, religiosa e/ou simbólica contra a população negra se caracterizou como um processo contínuo, naturalizado e que está longe de ser superado.
Essa realidade se faz notar nos dados estatísticos que assinalam um quadro de profundas desigualdades entres negros e brancos. Na Pesquisa das Características étnico-raciais da população, realizada pelo IBGE em 2008, 63,7% dos entrevistados reconhecem que a cor/raça exerce grande influência sobre a vida, sobretudo em dois aspectos: as oportunidades de trabalho e a relação com a polícia e com a justiça.
"Dentre as várias bandeiras de sopro de vida, levantadas, e olhando para um futuro promissor, a Economia Negra tem se mostrado bastante profícua na ressignificação do Poder Negro."
Nenzinha Ferreira e Jonas de Jesus, empreendedores negros
Quase uma década depois, os dados de uma nova pesquisa (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNADC) revelam que a cada três brasileiros desempregados, dois são negros. De modo que o problema do desemprego é mais grave nas regiões Nordeste e Sudeste, onde há maior presença de população negra e parda. Os dados estatísticos demonstram que as desigualdades raciais estão arraigadas em nossa sociedade e podem ser verificadas em todos os âmbitos: acesso à educação, moradia, saúde, lazer e etc. Uma das faces mais aterradoras dessas desigualdades consistem nos índices de homicídios, que entre os negros e pardos são duas vezes e meia maior que entre os não brancos.
Nas últimas décadas o movimento negro – em nível nacional e internacional – tem se organizado a fim de denunciar o racismo e reivindicar políticas públicas que promovam a igualdade de direitos. No Brasil essa luta significou romper com o silenciamento histórico e fazer ruir o mito da “democracia racial”, um discurso construído e difundido por uma elite branca.
Dentre as várias bandeiras de sopro de vida, levantadas, e olhando para um futuro promissor, a Economia Negra tem se mostrado bastante profícua na ressignificação do Poder Negro. Busca-se criar espaços de comercialização e valorização do que é produzido pelos negros, ao passo em que essa população deve reavaliar seu padrão de consumo. (Nenzinha Ferreira e Jonas de Jesus)
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