
Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira. É autor dos livros
Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira. É autor dos livros
Há momentos que nos tiram do conforto em que possamos estar. Há momentos que nos tiram o chão sob os pés. Há momentos em que nos tornamos plenamente fragilizados, pois o chão que desaparece nos deixa sem possibilidade de caminhar com certeza e tranquilidade. Às vezes as pernas tremem, os joelhos dobram e caímos.
Não há dia nem hora específicos para que o desconforto nos abrace. Quando chega e nos toma, tem o poder de nos lançar em um vazio intenso, profundo e sem prazo para o fim. Ficamos como que impossibilitados de entender os fatos, de alcançar a extensão dos acontecimentos.
Autômatos. Seres sem cérebro. Sem capacidade de discernir, de pensar, de refletir e decidir. Vamos, perdidos, para o lugar que nos chama, mesmo que dele não tomemos conhecimento. Vamos, apenas vamos, sozinhos ou acompanhados, ensimesmados, sumidos, alienados.
O rompimento brusco de uma convivência de longa data insere abismo em quem fica para se dar conta dessa anulação. Ela incomoda, faz abrir diques de lágrimas. Abre fendas e precipício. O que fica, além do sabor amargo na boca, do inchaço nos olhos molhados, da opressão no peito, do silêncio falante, da falta sem possibilidade de reparação são lembranças feito imagens como resgates do quanto tudo foi, são saudades feito carinho soprando leve sobre a memória.
Algumas vezes, de tudo, um poema sobressai.
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