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Porque cantar... me deu nova vida
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Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira

Porque cantar... me deu nova vida

Tão bom quanto ouvir as canções nas vozes de seus intérpretes era também saber quem a compusera e quem a executara no instante do registro
Tipo Análise

Trago na memória a lembrança de ter lido nas capas e encartes de LPs e CDs, além dos nomes dos artistas intérpretes, a identificação dos letristas, melodistas, arranjadores, grupos vocais de apoio, participações especiais, gravadoras nas quais o trabalho de gravação havia sido realizado, ainda, o registro de quem fizera as artes nas capas.

Tão bom quanto ouvir as canções nas vozes de seus intérpretes era também saber quem a compusera e quem a executara no instante do registro. Esse prazer também se dava quando da escuta de instrumentais, posto que também há encantamentos nas músicas que não chegam a se tornar canções. Sinto, sim, falta dessas informações a mais que nos ajudam a compreender, muitas vezes, o porquê de um intérprete fazer um falsete, ou sussurrar, ou mudar o tom da voz, ou tornar extenso determinado trecho, porque em determinado momento uma guitarra ou um violino se destaca dentre os outros instrumentos.

As plataformas digitais musicais nos sonegam muitas informações relevantes. Dando destaque pleno ao(s) intérprete(s) das canções, jogam para os “créditos” os nomes dos compositores e não avançam além disso. Então, quem escute uma determinada música, não saberá dos outros aspectos de relevância para a realização de uma determinada obra fonográfica. Jogam, assim, ao ostracismo, quem mereceria ser tão destacado quanto quem torna a obra popular por meio da execução dela.

Sujeitos que estamos a essa maneira de as plataformas musicais digitais tratarem a música, os músicos e todo o restante da rede que faz com que ambos existam, considero de bom tom se abrirem espaços onde os aspectos técnicos pertinentes a um trabalho musical sejam contemplados. Então, assim como fiz com o álbum "Sonho É Pra Sonhar", de Luciano Franco e Chico Araujo, trago para essa coluna informações relativas ao EP "Pérolas", do segundo, desde fim de maio disponível nas plataformas.

Pois bem, após o exposto, dizemos que o EP "Pérolas" possui seis belíssimas composições musicais do riquíssimo cancioneiro cearense, contemplando pelo menos três gerações de compositores e intérpretes de nossa música. Nele há a gravação das canções “É assim o meu amor”, de Mário Mesquita e Roberto Pinto, “Cidade”, de Edmar Gonçalves e Marcos Lupi, “Bússola”, de Davi Duarte, “Sem medo”, de Edinho Vilas Boas e Edil Figueredo, “O homem de sorte”, de Ítalo Bruno e “A luz do Salvador”, de Rogério Franco.

Em “É assim o meu amor”, “Bússola” e “A luz do Salvador”, Chico Araujo é o único intérprete; já em “Cidade” ele divide o canto com Edmar Gonçalves, em “Sem Medo” com Edinho Vilas Boas e em “O homem de sorte” com Ítalo Cavalcante, contando ainda com a voz feminina de Gláucia Lima no coro do refrão. As gravações do "Pérolas" ocorreram nos estúdios Árvore Music Studio (do músico, compositor, intérprete e produtor musical Ítalo Cavalcante) e no Estúdio Som do Mar (de Anfrísio Rocha, músico, compositor e produtor musical) entre os anos de 2024 e 2025.

A gravação de “É assim o meu amor” contou com o teclado e a coprodução musical de Eliaquim Castro, o baixo de Alexandre Augusto, o violão de Taylor Costa. Já a gravação de “Cidade” teve, na instrumentação: Taylor Costa (violão), Alexandre Augusto (baixo), Fábio Tavares (órgão, teclado e metais) e Eliaquim Castro (Pads). A canção “Bússola” foi registrada com a participação de Davi Duarte (violão) e Ítalo Bruno (samples, efeitos).

A faixa “Sem medo” recebeu a maestria de Fábio Tavares (baixo, piano e teclado), Alan Kardec Filho (guitarra e bandolim) e Alexandre Augusto (samples e efeitos), enquanto “O homem de sorte” teve execução realizada por Ítalo Bruno (violão), Eliaquim Castro (piano, teclados, pads), Alexandre Augusto (synth bass e baixo), além de Vinicius Vilas Boas (violino) e de Eliaquim Castro e Gláucia Lima (vocais). A última canção do EP "Pérolas", “A luz do Salvador”, foi realizada por Rogério Franco (violão nylon) e Anfrísio Rocha (guitarra, contrabaixo, percussão e programações). “A luz do Salvador” teve arranjo e direção de Rogério Franco e gravação e masterização de Anfrísio Rocha – os dois artistas também cuidaram da masterização dessa música. As outras canções tiveram engenharia de som, mixagem e masterização de Ítalo Bruno, produtor do trabalho na parceria com Chico Araujo.

Por fim, o EP "Pérolas" foi gravado entre meados de 2024 e início de 2025 no Árvore Music Studio e no Estúdio Som do Mar, sendo finalizado no Árvore. A arte final da capa do EP foi desenvolvida pelo artista plástico cearense Euclides Themótheo.

Foto do Chico Araujo

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