
Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira
Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira
Das quatro apresentações já realizadas do show “Cumplicidades”, assisti à primeira, à segunda e à quarta e percebi nitidamente o quanto ele foi se tornando maior em sua proposta artístico-musical a cada nova apresentação. Seus artistas estão cada vez mais interconectados, com excelente sinergia em gestuais, expressividade e cantos, demonstrando as perfeitas colaborações estruturadas e causando bem-estar estético ao público que sai de casa para vê-los.
Luciano Franco, Edu Asaf, Kátia Freitas, Cris Fiuza, Dawlton Moura foram alguns dos compositores e intérpretes presentes àquele momento especial, em meio a muita tanta gente desejosa de momentos de alegria e felicidade: a quarta apresentação de Edinho Vilas Boas, Edmar Gonçalves e Alan Kardec Filho no show “Cumplicidades”, um evento que, reafirmo, a cada apresentação, evolui em sonoridade, expressão interpretativa, emoção, cumplicidades.
Contando com a direção do jornalista e crítico musical Marcos Sampaio desde os primeiros passos do projeto, essa quarta exibição pública ocorreu no dia 6 de agosto recente, no palco do Cineteatro São Luiz, e ali vivi linda e emocionante noite de espetáculo abrigado no projeto “Dentro do Som” – que põe artistas e público bem próximos, todos sobre o palco, com a possibilidade de observação de tudo: o artista pode ver as reações da plateia, limitada a 80 pessoas; a plateia pode perceber todas as nuances envolvendo o artista naquele momento intimista de apresentação.
Edinho, Edmar e Alan, mesmo pertencendo a gerações distintas de músicos e intérpretes, são amigos de longas datas e já estiveram juntos em vários outros momentos musicais, sem, no entanto, terem realizado um show juntos antes de conceberem e desenvolverem o “Cumplicidades”, surgido como ideia numa noite de conversa informal no melhor espetinho existente na cidade de Fortaleza (Salve, salve, Alexandre e Renato!).
Após a brotação da ideia, entre um espetinho, uma risada e um golinho de cerveja gelada, para chegarem a uma melhor concepção do projeto, Edmar e Edinho passaram a contar com o olhar diretivo do jornalista e crítico, também com a incorporação das habilidades incontestes de Alan Kardec em sua guitarra e seu bandolim. Pelas características do show que se organiza como momento intimista e que se torna grandioso exatamente por esse aspecto, a presença de qualquer outro músico só acontece em momentos muito mais especiais.
Foi o que aconteceu na recente noite de agosto, quando foi tocada a canção “Passarás, passarás, passarás”, de Petrúcio Maia e Capinan, imortalizada na voz de Téti e Fagner no disco “Equatorial”, de Téti, em 1979. Para a execução da icônica música, chegou ao palco o jovem multi-instrumentista Vinicius Vilas Boas, somando-se ao trio com sua insinuante musicalidade ao violino. Lindo momento!!! Lindo!!! Vinicius, inclusive, que não é de falar muito, declarou o quanto a canção tem importância em sua vida, tendo sido capaz de inspirar profunda mudança em sua existência a partir da audição dela.
Mas “Cumplicidades”, do começo ao fim, tem beleza inegável, quando Edinho e Edmar se apresentam como se fossem uma dupla, quando estão na parceria instrumental com o Alan, quando estão cantando sozinhos canções de seus cancioneiros particulares, também quando cantam em capela “Alguém cantando”, na abertura do show, e mais adiante, interpretando em dueto “Canto de um povo de um lugar”, ambas composições de Caetano Veloso.
“Cumplicidades” tem repertório variado, rico, cativante e destaca bem um pouco da carreira de Edinho e Edmar como intérpretes das próprias canções e das canções de quem toca suas almas. Insisto: é “lindo”! E no Cineteatro São Luiz – luzes e som em muita qualidade –, fez a plateia ter uma noite alegre, festiva, emocionante, “pra cima”. Dos cúmplices, ouvi o desejo de que o show tenha novas edições, quem sabe, até, ganhando estradas. Torço para que isso aconteça. Merece ser visto por muita, muita gente.
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