Logo O POVO+
Política
Comentar
Foto de Chico Araujo
clique para exibir bio do colunista

Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira

Política

Creio estar na consciência das pessoas o fato de que se leva muito tempo para a construção de algo e pouco para a destruição. A reconstrução torna-se ainda mais difícil e custosa quanto aos dias e quanto aos valores dispendidos
Tipo Crônica
Comentar
A ex-presidente Dilma Rouseff é retratada no documentário
Foto: Divulgação A ex-presidente Dilma Rouseff é retratada no documentário "Fábrica de Golpes"

Da política e dos políticos brasileiros muito se diz, de bom e de ruim, e isso não é de agora. É certo, porém, que principalmente de 2014 para cá ambos se tornaram temas com muito mais exploração nas várias camadas sociais, deixando de ser assunto restrito a setores de “elite” da sociedade. Nesse aspecto o acesso de todos à Internet é amplamente valioso: o da possibilidade de se ter mais conhecimento para compreender melhor como o mundo funciona, a ponto de legitimamente não se curvar a delírios, mentiras, ditames injustos.

Em 2015, a presidenta vencedora do pleito em 2014 iniciou seu segundo mandato na presidência da República, tendo sido eleita legítima e legalmente naquele ano, mas sofrendo, logo após a eleição, a famigerada campanha negativa feita pelo perdedor mineiro, que pôs em dúvida a validade da eleição. O neto de Tancredo Neves tornou-se um infeliz ao perder para a petista, injuriou-se e pôs-se a querer destruir o segundo governo da oponente vencedora, ele sempre desejando ser visto como um democrata. Balela!

Mesmo sabendo não ser possível vencer aquele pleito, o neto de Tancredo entendeu ser importante criar dificuldades para sua opositora vencedora não realizar governo tranquilo. Entendeu ele que mais quatro anos de governo para o povo seria muito ruim para o povo... dele... e, seguramente, para ele. Não por acaso fez estardalhaço logo após o término das eleições, jogando no meio da sociedade a mensagem de que havia sido “roubado” na contenda. Embora tenha sido apoiado por muita gente de sua casta não conseguiu reverter o resultado do processo eletivo em que foi derrotado.

Aquele perdedor, naquele período, passou à sociedade a imagem de ser daqueles políticos que usam o povo para se eleger e que fazem de tudo para estar e se manter no poder, empregando meios de toda sorte para alcançarem o intento. Se ganhasse, festejaria e diria que, como “democrata”, faria um “governo para todos”, mesmo que governasse apenas para o benefício dos mais ricos; por não lograr êxito na eleição, se dispôs a contribuir para que o “governo para todos” defendido pela esquerdista não vingasse para ninguém. Implantar o caos foi-lhe a lógica a seguir.

Dali em diante, não só o mineiro, mas amigos seus e outros políticos próximos junto a outros não tão próximos acrescidos de elitistas entenderam que a presidenta deveria perder o mandato. Mas como? Impedindo-a. E se uniram e planejaram e conspiraram até que ela e seu governo caíram em 2016, ela sendo acusada de “crime de responsabilidade” que, anos depois, se julgou não ter havido. A manobra urdida por adversários da presidenta, além de interromper seu governo, iniciou um período de gestão governamental desastrosa para o país e para a população mais necessitada da presença do Estado em suas vidas.

A partir da realização do golpe dito "parlamentar", o vice-presidente golpista, que deveria ser fiel escudeiro como braço direito da dirigente, passou a presidir o país e, na cadeira da presidência, foi articulando ações e leis contrárias à população para beneficiar brasileiros e estrangeiros já ricos, diminuindo as proteções trabalhistas e dinamizando os ganhos dos patrões e de representantes de outras classes já em privilégios como a espécie dos próprios políticos.

Sabendo não ter votos para se eleger presidente no pleito seguinte e precisando deixar alguém em seu lugar para realizar avanços em projetos prejudiciais à população e beneficiadores da “elite”, o então golpista presidente implementou a ideia da candidatura do despreparado e fisiologista deputado do “baixo clero” 00, que declarou em certa ocasião, após eleito, "não ter nascido para ser presidente", e afirmou, ainda enquanto pré-candidato, que sua maior especialidade, por ter sido militar, era a de matar.

Eleito, o 00 ex-militar afeito a violência (planejou explosão no próprio quartel onde servia quando estava na ativa) e a comprar imóveis em dinheiro vivo entregou o país e as riquezas nacionais a exploradores nativo e estrangeiros, ampliando a destruição iniciada pelo vice da presidenta injustamente impedida. Além disso, ampliou aos congressistas o direito de aplicação dos recursos públicos recolhidos pelos impostos, por meio do chamado “orçamento secreto”, implementado em 2021, e permitindo o sangramento dos cofres públicos a partir da gastança de dinheiro sem se saber exatamente onde estaria sendo posto.

A população inteira sabe, desde a formação dos ministérios criados e mais ainda hoje, que todos os ministros empossados pelo 00 deveriam, acima de qualquer coisa, por ordem difundida por ele mesmo, destruir, no Estado brasileiro, tudo o que houvera sido feito de benefícios para o povo nos governos da esquerda. Saúde, educação, habitação, benefícios sociais, enfim, tudo o que fosse bom para a população deveria ser interrompido, cessado, destruído. E muito destruíram.

Creio estar na consciência das pessoas o fato de que se leva muito tempo para a construção de algo e pouco para a destruição. A reconstrução torna-se ainda mais difícil e custosa quanto aos dias e quanto aos valores dispendidos. Vejo que, em boa medida, é o que tenta fazer o governo atual, reconstruir, lutando contra muitos devotados a atrapalhar e mesmo impedir suas ações.

A mentira é a força motriz de quem se empenha contra o atual governo. A distorção de fatos também é utilizada na atrapalhação às equipes governamentais que tentam realizar acontecimentos positivos para a população. No ambiente das redes sociais digitais tão comuns hoje, a busca de influenciar seguidores com discursos violentos e promotores do ódio também é marca de quem deseja, mais uma vez, destruir o que o atual governo, de “esquerda”, tenta viabilizar de bom ao povo.

Há um forte conflito, é inegável, entre forças políticas que se opõem em visão de mundo e ideologias. Uma busca o diálogo, o convencimento por argumentos; a outra tenta se impor no grito, na arrogância, na intimidação, na violência, na prática de ações bárbaras, inclusive pela cominação da morte.

Foto do Chico Araujo

A soma da Literatura, das histórias cotidianas e a paixão pela escrita. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?