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Universidades de mãos dadas com a comunidade
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Reitora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), é graduada em Ciência da Computação, mestrado em Engenharia Elétrica, pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), doutora em Engenharia Elétrica e da Computação, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Pós-Doutorado, no Massachusetts Institute of Technology (MIT/EUA)

Universidades de mãos dadas com a comunidade

De acordo com números de 2023, mais de 44 milhões de atendimentos foram partilhados com os brasileiros por meio de atividades extensionistas desenvolvidas nas instituições estaduais e municipais de ensino superior

Cada vez mais, o fortalecimento da universidade pública passa pela dimensão que ela consegue desenvolver de relação efetiva com a comunidade. Diariamente, as instituições de ensino superior vêm sendo desafiadas a encontrar formas de atuar mais perto do cotidiano das pessoas.

O conhecimento que emerge da dinâmica acadêmica - em debates, reflexões, experiências - muitas vezes não consegue chegar ao outro lado do muro. No exercício diário de buscar caminhos, as instituições têm desenvolvido trabalhos, ações, projetos importantes de democratização do conhecimento científico, assim como dos serviços ofertados.

No campo da extensão, por exemplo, os dados do mais recente Censo organizado pelo Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Ensino Superior (Forproex) apresentam um cenário revelador do impacto positivo promovido pelas universidades na vida das pessoas. De acordo com o levantamento, com números de 2023, mais de 44 milhões de atendimentos foram partilhados com os brasileiros por meio de atividades extensionistas desenvolvidas nas instituições estaduais e municipais de ensino superior.

Como em muitas instituições, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) passou a desenvolver um programa de extensão com foco no atendimento da pessoa idosa. O Uern 60+ nasceu, também, com o objetivo de levar o potencial de trabalho da universidade para contribuir com o desenvolvimento de estratégias de ação visando a melhoria da qualidade de vida e do bem estar de pessoas que, aos sessenta anos ou mais, começaram a sentir a necessidade de adaptação para lidar com o mundo contemporâneo de forma justa e acolhedora.

Iniciado com uma turma, com pouco mais de trinta alunos, o programa chegou ao seu segundo ano em franca expansão, atingindo a marca de turmas em cinco municípios, envolvendo mais de 170 pessoas, em sua maioria, mulheres. Basta uma conversa rápida com qualquer uma delas para ouvir relatos de satisfação, alegria e, principalmente, de pertencimento em relação à universidade.

Nos cursos da área da saúde, também, sentimentos como confiança e credibilidade passam a ser a tônica na relação comunidade e academia. Por meio de núcleos especializados de extensão, pacientes passam a ter, na estrutura da universidade pública, atendimentos de referência, humanizados, especializados e gratuitos.

No desafio de pensar em uma universidade efetivamente socialmente referenciada, torna-se imprescindível envolver a comunidade em todos os processos construtivos das instituições, sabendo que esse diálogo e interação é chave para a descoberta de oportunidades transformadoras que o mundo tanto precisa. Viva as universidades públicas e suas transformações.

Foto do Cicilia Maia

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