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O futuro do planeta passa pela ciência
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Reitora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), é graduada em Ciência da Computação, mestrado em Engenharia Elétrica, pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), doutora em Engenharia Elétrica e da Computação, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Pós-Doutorado, no Massachusetts Institute of Technology (MIT/EUA)

O futuro do planeta passa pela ciência

A COP30 ocorre em um contexto de urgência. As ondas de calor extremo, o avanço do desmatamento, o colapso de ecossistemas e o aumento da desigualdade social apresentam que o futuro do planeta está em jogo e nas nossas mãos
O Brasil que sediará a COP30 é um país mergulhado em dilemas relacionados ao meio ambiente (Foto: Dean Calma/IAEA)
Foto: Dean Calma/IAEA O Brasil que sediará a COP30 é um país mergulhado em dilemas relacionados ao meio ambiente

Entre os dias 10 e 21 de novembro, o Brasil se tornará o centro das atenções globais ao sediar a COP30, em Belém do Pará. Pela primeira vez, uma conferência do clima das Nações Unidas acontece na Amazônia, o coração vivo do planeta, onde a modernidade se encontra com as tradições ancestrais, refletindo as necessidades entre desenvolvimento e preservação.


O enfrentamento da crise climática exige compromisso com o conhecimento, e esse compromisso tem nome: ciência.

Não existe mais espaço para planejamentos sem ações concretas. A COP30 ocorre em um contexto de urgência. As ondas de calor extremo, o avanço do desmatamento, o colapso de ecossistemas e o aumento da desigualdade social apresentam que o futuro do planeta está em jogo e nas nossas mãos. Não se trata apenas de uma questão ambiental, mas de sobrevivência.

E é justamente aqui que a ciência precisa ocupar o centro do debate. Sem pesquisa, sem dados confiáveis e sem a escuta da comunidade científica, as decisões políticas correm o risco de se tornarem meros gestos simbólicos. A ciência oferece o que nenhum outro campo pode oferecer: evidências, soluções tecnológicas e capacidade de prever cenários e propor caminhos sustentáveis.

As universidades públicas brasileiras, nesse contexto, têm papel decisivo. São elas que produzem a maior parte da pesquisa científica do país e que formam profissionais comprometidos com a transformação social. Ao mesmo tempo, são espaços de resistência, onde se pensa o futuro a partir da realidade local, levando em conta as comunidades, os territórios e a diversidade de todos os biomas brasileiros.

A presença ativa das universidades na COP30 é fundamental para que o Brasil não fale apenas em nome de governos, mas também em nome do conhecimento construído coletivamente, da pesquisa aplicada e da inovação comprometida com a vida.

É preciso garantir que o conhecimento científico seja base das decisões políticas e econômicas que saírem de Belém. A transição energética, a agricultura sustentável, o uso racional da água, nossos biomas e a recuperação de áreas degradadas são temas que exigem investimento em pesquisa e inovação. A ciência brasileira tem mostrado capacidade de oferecer respostas concretas. O que falta é que essas respostas sejam incorporadas nas políticas públicas e nas ações de longo prazo.

A COP30 é uma oportunidade de reafirmar que o futuro do planeta passa pela valorização da ciência e pela defesa incondicional da educação pública, gratuita e socialmente referenciada. Mais do que nunca, o futuro do planeta depende da ciência e da coragem de colocá-la no centro das decisões que moldarão o mundo dessa e das próximas gerações.

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