Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (2009), mestre (2012) e doutor (2016) em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC. Apresentando interesse pela Sociologia Política e Ciência Política. Pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), atua como palestrante e analista político, colaborando com movimentos sociais, associações e imprensa
Com recursos do tesouro reduzidos, Legislativo hostil e cenário internacional conturbado, Lula sabe que o PAC III só vai funcionar se contar com a parceria da iniciativa privada
Foto: Divulgação
Cleyton Monte, cientista político, professor universitário, pesquisador do Lepem (Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia) e colunista do O POVO
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi, segundo o Banco Mundial, um dos maiores vetores de investimento público da America Latina no início do século XXI. As ações descentralizaram recursos pelo país, geraram empregos, infraestrutura, reativação de obras com décadas de atraso, além de ter servido como plataforma para campanha de Dilma Rousseff em 2010.
Os escândalos de corrupção envolvendo as empreiteiras e os partidos da base aliada, a crise econômica e mudanças de governo paralisaram as intervenções e foram cruciais para enterrar o programa. No terceiro governo Lula, o PAC III voltou repaginado. Os desafios são gigantes.
No discurso que marcou os 100 dias do governo, Lula destacou que o novo programa de investimentos estratégicos em infraestrutura terá seis eixos: transportes; infraestrutura social; inclusão digital e conectividade; infraestrutura urbana; água para todos e transição energética. O objetivo do governo é retomar a capacidade de planejamento de longo prazo. Uma tarefa hercúlea, uma vez que a capacidade de investimento do estado foi seriamente comprometida nos últimos anos.
A maior novidade do pacote é o foco em inclusão digital e conectividade. Duas frentes que podem gerar diálogos fecundos, interligando tecnologias sociais, arranjos produtivos locais e agenda de desenvolvimento. O objetivo é ousado - levar internet de alta velocidade para os equipamentos sociais, como escolas, postos de saúde e centros de atenção psicossocial. Faz todo sentido.
A pandemia confirmou o esperado - sem conectividade e inclusão digital temos um país na vanguarda do atraso. O governo federal chamou atenção para o potencial de iniciativas como a telemedicina voltada para as populações socialmente vulneráveis. São arranjos que fazem a diferença.
A reedição do programa funcionará por meio de parcerias público-Privadas (PPPs) e concessões. Com recursos do tesouro reduzidos, Legislativo hostil e cenário internacional conturbado, Lula sabe que o PAC III só vai funcionar se contar com a parceria da iniciativa privada, investimentos estrangeiros e um novo pacto federativo. Os repasses vão depender também do sucesso das reformas tributária e administrativa.
De qualquer forma, o PAC III, se conseguir inovar e executar suas promessas, tem força para repaginar a imagem do governo petista.
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