Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (2009), mestre (2012) e doutor (2016) em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC. Apresentando interesse pela Sociologia Política e Ciência Política. Pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), atua como palestrante e analista político, colaborando com movimentos sociais, associações e imprensa
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Reestruturação do Cadastro Único (CadÚnico) deverá facilitar o acesso aos programas sociais do governo federal
O mais recente levantamento do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) indica que o Estado atingiu, em 2024 a menor taxa de extrema pobreza da série histórica da Pnad Contínua (IBGE), iniciada em 2012: 7,9%. Em dois anos, mais de 624 mil cearenses superaram a condição de pobreza e extrema pobreza. Esses números ganham relevância num país marcado por desigualdades estruturais e demandas sociais crônicas. Trata-se de um fenômeno que não pode ser lido apenas a partir da ótica quantitativa. Os dados revelam, sobretudo, a força das escolhas políticas, o alcance das políticas públicas e o papel do Estado como articulador de respostas concretas à exclusão.
A literatura sobre desenvolvimento e políticas sociais é assertiva ao afirmar que não há trajetória de superação da pobreza sem a ação intencional do Estado. Nenhum país, em nenhum tempo histórico, conseguiu reduzir desigualdades de forma estrutural sem o amparo de políticas públicas universais, consistentes e territorializadas. O Ceará tem dado demonstrações práticas desse entendimento. Programas como o Ceará Sem Fome, que assegura diariamente mais de 125 mil refeições, o Cartão Mais Infância, com cerca de 150 mil famílias atendidas, e o Vale Gás Social, com mais de 2,5 milhões de tíquetes entregues desde 2020, são exemplos de ações que garantem dignidade onde antes havia desamparo. Mas combater a pobreza exige mais que garantir o mínimo.
O grande desafio é construir rotas de emancipação. E é nesse ponto que a qualificação profissional se torna eixo estratégico. No Ceará, o Governo tem fortalecido a interiorização da formação, aproximando a educação profissional das necessidades locais. Um dos exemplos desse movimento é o Instituto Centec, que atua como peça-chave desse esforço, oferecendo cursos alinhados às vocações econômicas de cada região. Em pouco mais de dois anos, 35 mil cearenses foram qualificados em áreas como: tecnologia da informação, gestão e energias renováveis - setores com capacidade real de absorção de mão de obra.
Essa articulação é ainda mais relevante quando se observa que o Ceará também tem demonstrado dinamismo econômico. Segundo o IBGE, o estado foi um dos que mais cresceram no último trimestre. Essa conjunção entre políticas sociais e crescimento econômico cria um ciclo virtuoso: à medida que mais pessoas têm acesso à renda e ao trabalho, amplia-se o consumo, movimenta-se a economiae fortalece-se a capacidade de investimento do Estado. O desafio que se impõe é a permanência. É preciso que essas conquistas sejam convertidos em políticas de Estado, institucionalizadas, protegidas das oscilações políticas e mantidas a partir de pactos sociais duradouros.
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