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Renata Santos: "Em plena pandemia, redescobrimos o óbvio"
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É editor de cultura e entretenimento do O POVO. Sua coluna, publicada todos os dias, trata de economia, política e costumes a partir de personagens em evidência no Ceará, no Brasil e no mundo.

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Renata Santos: "Em plena pandemia, redescobrimos o óbvio"

Renata Santos, diretora comercial da BSpar, recebeu O POVO na cobertura do BS Design (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita Renata Santos, diretora comercial da BSpar, recebeu O POVO na cobertura do BS Design

Com quase 20 anos de atuação nas áreas de marketing, comercial e relacionamento com o cliente, incluindo experiência no Exterior, a superintendente comercial da Bspar Incorporações, Renata Santos, tem uma visão ampla sobre o mercado e um radar sensível às tendências de consumo e comportamento. Refletindo sobre o futuro pós-pandemia, ela conversou com a coluna e aponta aprendizados deste período.

A partir da sua experiência, quais lições você percebe que o mercado imobiliário tira desta pandemia?

Renata Santos - Eu vejo que esse momento nos trouxe um rico aprendizado. O primeiro deles foi a possibilidade de darmos uma parada, mesmo que involuntária, e isso nos permitiu abrir os olhos para coisas que no dia-a-dia não estávamos tendo tempo para perceber. Ora, o que é a moradia, se não o porto seguro de qualquer família ou pessoa que resida sozinho? Quem de nós não desenha sua história a partir das memórias vividas em casas nas quais conviveram seus familiares? Então, de repente, em plena pandemia, redescobrimos o óbvio. O lugar mais seguro de qualquer pessoa é a sua casa. Outro aspecto fundamental para mim foi a transformação do mercado no que diz respeito a adaptação. De uma hora para outro tivemos que readequar canais de venda, oferecer outras possibilidades de contato com os clientes etc. E quando vamos analisar o resultado final disso, vemos que todas essas possibilidades já estavam à nossa mão, fossem em ideias ou projetos, e que por conta das circunstâncias acabaram sendo aceleradas.

Renata Santos, superintendente comercial da BSpar
Foto: Thais Mesquita
Renata Santos, superintendente comercial da BSpar


Isso vale para o segmento como um todo ou o público com perfil classe A, que é o da BSPar, se diferencia neste sentido?

Renata - As mudanças ocasionadas pela pandemia independem de perfil socioeconômico. O que tenho visto é que as pessoas em maior ou menor grau foram afetadas, e será preciso algum tempo para maturar o novo cliente. Nós mesmos, como clientes, ainda não sabemos como cada um de nós se comportará daqui para a frente diante de determinadas situações. É por isso que eu tenho dito que relacionamento, empatia e segurança devem ser as máximas para se entender esse novo momento. O que eu posso dizer, hoje, é que temos tido boas surpresas nessas primeiras semanas pós retorno. Mas é preciso calma para entender o que isso representa.


Esta percepção se estende ao segmento de imóvel comercial? Qual a tendência neste setor?

Renata - Eu diria que cada caso é um caso. Mas no que diz respeito a Bspar, posso te assegurar que as surpresas têm sido positivas nos dois segmentos. Especificamente em relação ao BS Design, estamos com uma demanda extremamente satisfatória nesses primeiros dias pós pandemia, o que nos leva a crer que conceitos como segurança, sustentabilidade e outros elementos agregadores de valor, serão aspectos decisivos nas futuras decisões de compra.

Renata Santos, superintendente comercial da BSpar
Foto: Thais Mesquita
Renata Santos, superintendente comercial da BSpar


E com relação à BSPar, em que a pandemia mudou os planos da empresa para 2020 e 2021?

Renata - O nosso presidente Beto Studart nos diz sempre que tudo para ser bem feito exige planejamento. Então, do que estava previsto antes da pandemia, o que houve de mudança se relaciona a prazos e ajustes finos em termos de orçamentos e produtos, porque já tínhamos estabelecido variáveis norteadoras para a execução de determinadas ações. É claro que o momento agora é outro e é preciso acompanhar um pouco a evolução para darmos continuidade a alguns projetos, e nesse sentido, vamos atualizar nossas pesquisas de mercado. Mas tudo dentro do que já estava programado por nosso planejamento.

Como executiva, esta experiência global interferiu no seu modo de ver seu trabalho e sua forma de gerir?

Renata - Seria impossível isso não ter acontecido. Como gestora, tive que me reinventar para liderar grupos de uma forma não presencial. E isso incluiu o papel da liderança no sentido de entender e estimular pessoas a distância, em um momento no qual cada um estava enfrentando a pandemia de uma maneira própria, com especificidades e dificuldades bem particulares. Aqui na BSpar tivemos o privilégio de contar com um suporte da nossa direção que em nenhum momento se afastou do colaborador. Foram promovidas lives sobre motivação, finanças pessoais ou simplesmente para cada um falar sobre como estava vivenciando aquele período de isolamento. Essas atividades nos fortaleceram como grupo. Então, quando você fala de trabalho, não dá para dissociar a questão mercado, do que vimos diariamente durante a pandemia. Exemplos de solidariedade, amor ao próximo, e uma sensação do quanto a humanidade é frágil, mas também resiliente, diante de situações como esta. Resta agora, a cada um de nós, a seu modo, a seu tempo, encarar o que estamos vivendo como um ciclo da história que nos ensina e nos instiga a sermos pessoas melhores.

Renata Santos, superintendente comercial da BSpar
Foto: Thais Mesquita
Renata Santos, superintendente comercial da BSpar


E do ponto de vista pessoal, esta experiência provocou alguma mudança na sua forma de ver a vida?

Renata - É claro que cada indivíduo é o seu próprio universo e lidou da forma mais apropriada com esse momento, e quem sou eu para julgar. Felizes os que olharam para dentro e se encontraram consigo mesmo. De minha parte, sou privilegiada por ter podido vivenciar esse tempo tão propício para o crescimento pessoal. Mas como disse em relação ao mercado, só o tempo vai permitir a maturação do que aprendemos. No meu caso, tive experiências inesquecíveis de convivência com meus dois filhos pequenos, na simplicidade do dia-a-dia de casa, como gestora em tempos virtuais e também por ter estado tão ligada à causas voltadas ao próximo.

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