É editor de cultura e entretenimento do O POVO. Sua coluna, publicada todos os dias, trata de economia, política e costumes a partir de personagens em evidência no Ceará, no Brasil e no mundo.
É editor de cultura e entretenimento do O POVO. Sua coluna, publicada todos os dias, trata de economia, política e costumes a partir de personagens em evidência no Ceará, no Brasil e no mundo.
Em um cenário de pandemia e tentativas de descumprimento aos decretos de isolamento social, a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) nunca esteve tão em evidência.
À frente, a administradora de empresas Laura Jucá. Após uma carreira na iniciativa privada (Enel e EY), entrou no órgão em 2016, atuando na área de planejamento.
Na gestão do prefeito José Sarto, foi alçada à superintendência, função que demonstra exercer com dedicação integral. Faz transmissões ao vivo regulares, apresentando balanços da atuação do órgão e tentando conscientizar a população sobre a importância de observar as regras e o respeito ao espaço público.
Em conversa com a coluna, fala sobre seu momento...
Laura Jucá, superintendente da Agefis: os desafios de gerir o órgão em meio a uma pandemia
- Você assumiu a Agefis num dos momentos de maior demanda e evidência do trabalho da Agência, como tem sido a experiência?
Laura Jucá: Nós temos um grande time na Agefis. Somos muito unidos, realizamos cada missão com o máximo de planejamento e diligência. Temos muito respeito e zelo pelo trabalho que nos foi confiado. Desde a sua criação, em dezembro de 2014, a agência tem atuado em sucessivos desafios. É uma busca constante por maior produtividade e resolutividade. A Agefis é minha missão diária há cinco anos. Em 2020, eu já atuava na área de planejamento da Agefis e, em alguns momentos, como superintendente interina. Para mim, é uma honra receber a confiança de conduzir a Agefis nesse momento e servir a nossa cidade no enfrentamento à covid-19.
- Em se tratando do combate às aglomerações por conta da pandemia, qual o maior desafio?
Laura Jucá: O maior desafio ainda é a adesão do cidadão ao cumprimento das medidas preventivas. As aglomerações, por exemplo, geram um elevado risco de contaminação. Essas aglomerações podem se formar em diferentes circunstâncias e o cidadão precisa reagir, se distanciar e denunciar. Até quem é cuidadoso pode se perceber em uma situação de lotação quando um estabelecimento não cumpre corretamente as medidas sanitárias, por exemplo. A Agefis está em alerta e atuando todos os dias da semana, por toda a cidade, para coibir essas irregularidades.
- E nas outras esferas de atuação da Agefis, onde estão os entraves e dificuldades?
Laura Jucá: Cada protocolo em que atuamos possui especificidades e soluções sob medida. Para otimizarmos o uso dos recursos que possuímos e agirmos de forma resolutiva, elaboramos previamente planos de fiscalização; realizamos operações especiais e/ou conjuntas com órgãos parceiros, capacitações frequentes e grupos de trabalho para aperfeiçoarmos os métodos; e dialogamos sempre com representantes de diversos segmentos para ampliarmos a compreensão dos respectivos desafios.
Os fiscais são guardiões da legislação. Nossas equipes fazem sempre, em todos os protocolos, uma abordagem também orientativa, para reduzir as reincidências em irregularidades. A finalidade da fiscalização não é punir, mas promover o bom ordenamento da cidade, harmonizar a relação das pessoas entre elas e com o entorno, e proteger a saúde da população nas ações de vigilância sanitária.
- Como poderíamos avançar, como sociedade, na construção de uma consciência cidadã e de responsabilidade compartilhada do espaço público?
Laura Jucá: A gestão do prefeito Sarto está executando e planejando muitas obras para expansão e requalificação dos espaços públicos, praças, areninhas, parques e orla da cidade. Essa presença do poder público, ampliando e melhorando esses espaços, também estimula e convida a população a ocupar e cuidar do que é dela. Essas áreas são locais de encontros, de brincar, de gerar renda, de praticar atividades físicas, de encontrar o bem-estar e a vida comunitária em plenitude. A fiscalização age de forma orientativa e punitiva, mas é o sentimento de pertencimento em cada um que vai gerar as mudanças que tanto queremos. Essa conscientização combinada com a ação articulada do poder público (Agefis, Guarda Municipal e Polícia Militar) possibilita um controle mais eficiente e, ao mesmo tempo, gera uma sensação de segurança para os frequentadores desses espaços.
FORTALEZA,CE, BRASIL, 06.04.2021: Laura Jucá, coordenadora da AGEFIS. (Fotos: Fabio Lima/O POVO).
- A pandemia, quando superada, vai deixar aprendizados e lições na Prefeitura no que diz respeito ao controle das ocupações e usos dos espaços? No que foi possível aprender e avançar neste aspecto?
Laura Jucá: O enfrentamento à pandemia gerou a necessidade de maior monitoramento e controle desses espaços. Mais esforços foram dedicados em dialogar com as pessoas que os utilizam e em compreender como interagem com esse locais, nos diferentes dias e horários. Isso nos ajudou a atuar mais preventivamente e a ampliarmos as formas de solucionar diferentes cenários. É um conhecimento que também é compartilhado entre os órgãos e secretarias parceiras e que poderá ser útil na implementação de políticas públicas.
- Antes do isolamento rígido, você andou conhecendo melhor a dinâmica de feiras e comércios montados ilegalmente no espaço público. Qual a meta da Prefeitura neste aspecto? Que áreas estão no foco do ordenamento?
Laura Jucá: O ordenamento de feiras e demais espaços públicos é definido pelas secretarias regionais. A Agefis contribui com as secretarias regionais compartilhando a sua perspectiva sobre as demandas de cada área e, posteriormente, fiscalizando o cumprimento do que foi estabelecido.
- Pelo seu histórico familiar, você sempre esteve socialmente em evidência, mesmo sendo uma figura discreta. Agora ocupa um cargo público. O que mudou no cotidiano da Laura?
Laura Jucá: Sempre fui muito discreta e, no trabalho, uma pessoa dos bastidores. E confesso que esse local estava bem confortável para mim. Tem sido um desafio diário e uma oportunidade de crescimento ocupar um cargo de maior evidência, mas, no final do dia, faço parte mesmo é do time dos discretos.
- Pela sua performance na função, seu nome já vem sendo apontado nas conversas como um novo quadro político na Capital. Tem pretensões neste sentido? Considera uma filiação partidária? Já foi procurada?
Laura Jucá: De jeito nenhum. Meu desafio é contribuir com o prefeito Sarto, buscando fazer da Agefis uma agência de fiscalização de referência para todo o Brasil.
- Acabamos de sair de março, lembrado por ser o mês da mulher e pelos desafios na igualdade de gênero no Brasil. Você reconhece manifestações do machismo mediante sua liderança? Como lida com isso?
Laura Jucá: Como mulher e gestora, sei da minha responsabilidade de quebrar esse paradigma que, infelizmente, ainda existe na cabeça de algumas pessoas. Me sinto muito confortável na gestão do prefeito Sarto, que confia na gestão feminina, tendo indicado várias mulheres para secretarias de fundamental importância, como finanças, saúde, educação, meio ambiente, entre outras.
- Pensando no futuro, você se vê atuando no poder público? Na mesma área? O que você quer deixar de legado da sua passagem pela Agefis?
Laura Jucá: Após alguns anos trabalhando na iniciativa privada, me identifiquei bastante no poder público. Trabalhar para a coletividade e ajudar a transformar nossa cidade num lugar melhor é gratificante e motivador. Quero muito que as pessoas tenham consciência do papel de fundamental importância da fiscalização para a cidade. A Agefis atua na fiscalização orientativa e punitiva do cumprimento da legislação municipal, para o ordenamento urbano e a vigilância sanitária. Nosso trabalho no enfrentamento à pandemia tem sido de maior esforço educativo e de sensibilização da população. Nossa missão é ajudar a construir uma Fortaleza de melhor qualidade de vida para todos.
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