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Na rede com Bartira...
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É editor de cultura e entretenimento do O POVO. Sua coluna, publicada todos os dias, trata de economia, política e costumes a partir de personagens em evidência no Ceará, no Brasil e no mundo.

Clóvis Holanda comportamento

Na rede com Bartira...

Tipo Opinião
Victor e Max Perlingeiro com a obra
Foto: JOÃO FILHO TAVARES Victor e Max Perlingeiro com a obra "O Acalanto de Bartira", de Victor Brecheret

Exposição Multiarte

Por mim, acho que ainda estaria lá... Teria tranquilamente encontrado um lugarzinho para dormir na obra "O Acalanto de Bartira".

Na rede feita em 300kg de bronze, uma indígena embala o que seria o primeiro cidadão paulista, fruto da união entre Bartira, uma jovem do povo originário, e o bandeirante João Ramalho, tudo previamente narrado pelo poeta Guilherme de Almeida e eternizado no trabalho do grande escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret.

São os "Brasis" que a Semana de Arte de 1922 descortinou e que falam tanto sobre nossa identidade como povo. Os cem anos deste marco na história das artes no País ganham celebração especial em Fortaleza, na Galeria Multiarte.

Curador Max Perlingeiro reuniu raras esculturas de várias fases de Brecheret e outras obras igualmente importantes que compuseram não só a emblemática mostra de 22, mas a profusão do sentimento que a arte nacional fez emergir no período.

Artistas tradicionais, turma nova e descolada, colecionadores de peso, gente das humanidades e afins compareceram à abertura, todos querendo uma pontinha daquele espírito vanguardista, de reafirmação da cultura, de se olhar no espelho como uma Nação e sua história - que jamais se apagará.

Artista visual Ricardo Bezerra, em papinho gostoso com a sempre inventiva documentarista Ângela Gurgel e Ana D`Áurea Chaves, me contava de seu ateliê na Cidade 2000, espaço compartilhado com Wilson Neto, também presente, trajando camisa com estampa de seus traços e cores, bacana.

Close, sempre, com a chegada de Sérgio Gurgel e Gogoia Justa. Ele de botas prateadas, roupas vintage e mil planos para a exposição que levará a Londres.

Levíssima Vânia Franck com filha Lina por quem mandei beijo para Clarinha, envolvida no que promete ser a maior balada do feriado de Semana "Santa", pero no mucho.

Bianca Cipolla, que em 6 de abril ministra curso sobre Arte e Moda na galeria, circulava com Cadeh Juaçaba, que embala obras para SP Arte via galerista Leonardo Leal, um expoente da cena. Deu-me boas notícias sobre Francisco de Almeida, que vive auge na carreira mediante trabalho eficaz da curadora internacional Teresa de Arruda.

Também cruzei com a sommelier e empresária Maria Braz, no comando da São Braz com os pais Nelma e Genaldo Braz, todos apreciando a mostra. Ela, por sinal, tende a viver sempre envolta deste universo uma vez que forma, com Victor Perlingeiro, um dos casais mais interessantes - e belos - da geração de sucessores.

Super distintos, Jhony Wolf e Lúcia, Denise e César Montenegro, Ricardo Ary e Roberta, André Bichucher e Cecilia, Manuela Queiroz Bacelar, Niedja Bezerra, as Lucianas Frota e Colares. Emília Buarque, sempre elegante e apropriada, recebe o ministro Paulo Guedes em seminário nesta sexta-feira com empresários.

Do mundo empresarial e colecionadores dedicados de obras de arte: Lauro Fiúza, Igor Queiroz Barroso (com gentil Aline) e Erivaldo Arraes.

Quase no fim chegou Dodora Guimarães, que terá um dia 22 cheio. Pela manhã, inaugura o Instituto Sérvulo Esmeraldo, em evento restrito a patrocinadores e poucos amigos, seguindo às 17h para abertura de exposição no CCBNB com imagens e projetos em papel deixados pelo ex-marido e icônico artista.

Entre tacinhas de espumante no jardim, Andréia e Ana Virgínia Juaçaba, Mano Alencar, Fernando França, Sérgio Helle, Marcos Braga, minha colega colunista e advogada Jeritza Gurgel com o corte Joãozinho (ainda chamam assim?) mais charmoso da temporada, tesouras de Andrew Jackson. Élcio Batista convidando para o lançamento de seu livro hoje, às 18h, na livraria Coração Selvagem, trajava blazer xadrez com t-shirt vermelha, fez bem o estilo cult-vernissage.

Revi o designer de ambientes Veri Bessa, que me apresentou Ana Maria Castelo Trajano, irmã de Beatriz Perlingeiro. Concluímos, os três entre lembranças, que ela, Bia, estava presente pela força transcendental do amor. Observava tudo, possivelmente, ao lado de Anita Malfatti, que tem um quadro emblemático da carreira em uma das paredes da exposição.

Fui, mas permaneço mentalmente na rede com Bartira e seu bebê, sem guerras nem fome, só poesia, o espírito de 22 e seu levante de brasilidade...

Seguem cenas...

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