
É editor de cultura e entretenimento do O POVO. Sua coluna, publicada todos os dias, trata de economia, política e costumes a partir de personagens em evidência no Ceará, no Brasil e no mundo.
É editor de cultura e entretenimento do O POVO. Sua coluna, publicada todos os dias, trata de economia, política e costumes a partir de personagens em evidência no Ceará, no Brasil e no mundo.
Nem sou muito afeito a livros e palestras motivacionais. Acredito que estímulo, para tudo na vida, nasce de dentro para fora e não o contrário. Mas anos atrás, numa dessas convenções corporativas, ouvi o jovem cearense Felipe Rima contar sua história.
Rapper, músico, poeta, escritor, empreendedor social e produtor cultural, nasceu numa comunidade carente, com parentes envolvidos no tráfico e consumo de drogas, dentre outras dificuldades tão comuns às periferias brasileiras.
Nunca havia ganhado um brinquedo na vida até que, numa dessas ações de fim de ano, um caminhão passou distribuindo bolas de futebol. Ao receber seu presente de Natal, ele disse que sentiu algo no corpo que não conseguia descrever em palavras.
"Nas comunidades a gente não é criado com esse conceito de felicidade, de buscar a felicidade, não se fala nem nisso. A gente simplesmente sobrevive", disse algo assim à época e, definitivamente, tocou a plateia. Daí que ele, então com 5, 6 anos, balançava os braços com a bola querendo expressar para a mãe do que experimentava internamente.
Sua história depois se cruzou com oportunidades no campo da arte e da literatura, permitindo que ele vislumbrasse e alcançasse um novo destino, produtivo e vivenciando momentos de felicidade humana, o que não estava previsto na profecia social sob a qual nasceu.
Lembrei muito dessa narrativa de Felipe Rima neste domingo ao visitar o recém-inaugurado Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS). Num dos setores do belo equipamento público cultural, um pavilhão exibe obra audiovisual do famoso cenógrafo, diretor, produtor e artista visual Batman Zavareze, responsável, dentre tantos outros trabalhos, pela cenografia do encerramento das Olimpíadas do Rio.
Em uma grande sala, vídeos em 360º levam o espectador por entre cores, movimentos, sons. As jangadas e os pescadores do icônico fotógrafo Chico Albuquerque se abrem gigantes nas telas, dá para ver as veias de quem enfrenta bravamente o mar do Ceará.
Minha filha mais nova, de 6 anos, corria, pulava, rolava no chão refletida pelas luzes, voltava e me dava uns abraços fortes, sem dizer nada. Repetiu isso algumas vezes. Faltaram palavras para ela e para mim também.
Entra na sala o diretor do museu, grande teórico da imagem, professor Silas de Paula e eu de cara disse: "Silas, estou emocionado com isso aqui", para minha surpresa ele, que já percorreu inúmeros museus, instalações e exposições pelo mundo disse: "E eu também".
Com mais de 70 anos de vida, Silas me confessou que a abertura do MIS representava a plenitude de sua carreira profissional. Que vendo aquilo, ele já se sentia pronto para "descansar", embora não pretenda parar de trabalhar.
Saí pensando quantos Felipes Rimas, quantas Lauras, Josés, Benjamins, Nicoles, Franciscos, Pedros, Carolinas, Vitórias sentirão, ali, pela primeira vez, esse formigamento humanamente indescritível chamado ARTE.
Voltando a Silas, olhou para a "festa" das crianças e me disse: "esse lugar é para elas, elas precisam estar aqui. São elas que no futuro vão querer preservar e lutar para ter acesso a espaços como esses", concluiu.
Visitem o MIS, é cidadania cultural pura! Seguem presenças na programação de abertura do equipamento...
(Foto: eduardo Abreu/ Divulgação )Marcos Albuquerque, neto de Chico Albuquerque, que dá nome ao museu, com Camilo
(Foto: Eduardo Abreu/ Divulgação)Sarah Stutz e Renan Costa Lima, ele assina a nova identidade visual do MIS, ambos do Estúdio Tropical
Primogênito
Contagem regressiva para a chegada do bebê Guilherme Fujita, primeiro filho do empresário Rafael Fujita e Carine, e neto, portanto, de Carlos Fujita e Natalia Pinheiro, Jacqueline Figueiredo e Felipe Araújo. Saúde!
Reconhecimento
Em parceria com a Academia Cearense de Letras, o Sistema Fecomércio lançou a Escola Senac do Livro. O projeto atua na cadeia produtiva do mercado editorial. Na ocasião, o presidente, Luiz Gastão Bittencourt, recebeu a medalha de sócio benemérito da Academia Cearense de Letras do presidente da instituição, Lúcio Alcântara, e de José Augusto Bezerra, presidente do Instituto do Ceará, os três no registro.
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Exposição "Sertão vai Virar Mar", do artista visual Azol, aberta último sábado no Sobrado Dr José Lourenço, Centro.
Feliz aniversário hoje para requisitado advogado André Parente. E também para Luiz Eugênio Pequeno, Fátima Duarte, Ivana Guedes e Geldo Machado.
Até amanhã.
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