Tem um conhecido meu, que gerenciou por um tempo uma grande farmácia, zona nobre da Cidade. Costumava me contar os chiliques que poderosos e "metidos a" faziam no balcão por descontos. A turma quer dar carteirada até para levar remédio mais barato. 

Isso sem falar na reclamação por espera: "Não tem quem atenda nessa bodega?", diziam na fila para o caixa. 

Era tanta batida de mão em balcão. As alinhadas, com seu nariz harmonizadamente empinado, tacavam o salto no chão. "Não saio daqui enquanto o senhor não resolver". 

Anos atrás, quando a pílula azul da virilidade se popularizou, outras cenas, bem mais contidas, passaram a se manifestar no ambiente da loja...

O camarada, outrora dono da absoluta razão, um verdadeiro delegado de novela do Dias Gomes, chegava mansinho, quase deslizando entre as gôndolas. 

Pegava um desodorante, ficava meio que lendo qualquer rótulo, aguardando que a área ficasse completamente "limpa". Já pensou, encontrar com o amigo do racha ou aquela prima bonitona da esposa, affair do passado? 

Mesmo com toda a área central da loja disponível, esse pedido combinava mais com o cantinho, ali do lado da balança, sabe? Onde tem os filtros solares.  

Com a voz baixinha, em sua mais profunda humildade franciscana, dizia:

- Uma caixa de Viagra, por gentileza. 

- Desculpe, senhor, não entendi. 

- Viagra, uma caixa. 

- Ok. O senhor não deseja também ver um suplemento? Temos um multivitamínico voltado para os homens, aumenta a disposição, a energia. (Oferecia a atendente, por certo reforçando, ainda mais, a sensação de fragilidade e o visível constrangimento que só a falsa onipotência do machismo é capaz de proporcionar quando posta em xeque). 

O cara saía praticamente correndo, pagava e enfiava o fármaco no bolso, sem o desodorante. Missão cumprida, ufa! 

Lembrei disso vendo o verdadeiro "bafulê", diria João Inácio Jr., desses dias nas blindadas Forças Armadas...

Imagine aí, a instituição simbolicamente mais vigorosa e máscula de qualquer nação adquirindo, com nossos impostos, 35 mil pílulas azuis, numa dosagem que não se aplica a outros usos que não o "recreativo". 

A sociedade brasileira ainda estava em choque, quando chega o complemento: o mesmo Exército comprou R$ 3,5 milhões em próteses penianas. Medo que essa converse chegue numa remessa de KY, socorro!

Olha, como enviou um leitor e com o perdão do termo, mas nem o Cabaré da Maria Gorda, em Campos Sales, tá essa esculhambação. Isso vale também para o que estamos assistindo no MEC.  

Não tem escândalos do anedotário político mundial que consiga concorrer com o Brasil. Fato.

Desde as instabilidades folclóricas da rainha D. Maria I, passando por dólares verdinhos numa cueca, à compra surreal de leite condensado, chegando aos episódios acima, uma conclusão: só a ganância humana e Freud explicam... 

Agora ovo de Páscoa, café e flores para vocês, flores...   

Enquanto houver sol...

Gaudêncio Lucena Jr. e Thalita no cenário paradisíaco de St Barth, apontada como a ilha mais francesa e luxuosa do Caribe.  

Evidência 

Estreia hoje nos cinemas o aguardado "Animais Fantásticos 3 - Os Segredos de Dumbledore". No papel da bruxa Vivência Santos, ministra da Magia do Brasil, está a atriz Maria Fernanda Cândido. Estrela revelada em 1999 na novela global "Terra Nostra", também surge a partir de hoje nas telonas em outro longa internacional: "O Traidor", coprodução da Itália com Brasil, Alemanha e França, na qual vive a esposa do mafioso italiano Tommaso Buscetta, refugiado no Brasil na década de 80. Na foto, ela na première de Animais Fantásticos em Los Angeles.  

Artesanato: nosso ouro

Inaugurada, no Iguatemi Bosque, a segunda edição da Exposição Render-CE. São artesanias em barro, cipó e macramê, das comunidades de Moita Redonda e Caponga, de Cascavel, executadas em parceria com alunos e professores do curso de Design de Moda da Unifor. Trabalhos estão expostos na Praça do Artesão, próximo à Itamaraty, piso térreo. Grande incentivadora dos artesãos cearenses, Renata Jereissati atuou como anfitriã do momento. Seguem registros...  

Entre nós... 

Do médium, filantropo e importante líder espírita Chico Xavier: 

"Nem Jesus Cristo, quando veio à Terra, se propôs resolver o problema particular de alguém. Ele se limitou a nos ensinar o caminho, que necessitamos palmilhar por nós mesmos".