Logo O POVO+
Elis Regina hoje não cantaria "Como Nossos Pais"... Será?
Foto de Clóvis Holanda
clique para exibir bio do colunista

É editor de cultura e entretenimento do O POVO. Sua coluna, publicada todos os dias, trata de economia, política e costumes a partir de personagens em evidência no Ceará, no Brasil e no mundo.

Clóvis Holanda comportamento

Elis Regina hoje não cantaria "Como Nossos Pais"... Será?

Tipo Opinião
João Malva: referência em envelhecimento saudável profere palestra na Cidade (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação João Malva: referência em envelhecimento saudável profere palestra na Cidade

Como os nossos pais...

Todo mundo de cabecinha fresca do fim de semana? Espero que sim. Eu ainda estou com um leve zumbido no ouvido dos shows do I'Music, no Iguatemi, mas até que é bom. Lembra que estou vivo e sigo capaz de maratonar em pé num festival jovem de música.

Estava vendo aquela multidão toda, tantas gerações. Tinha a mãezinha clássica de colar de pérolas com o filho roqueiro de cabelo azul cheio de caveiras no visual. O pai que levou a filha com a namorada. Os quarentões, quase cinquentões, enfrentando a dor do joelho.

Vi também o carinha separado, de gola V preta, cheio de pulseira hippie no braço querendo se dar bem com as "minas", o casalzinho tradicional romântico, em pé cantando de "conchinha". E essa convivência, às vezes conflituosa de pensamentos, idades e estilos se configura, definitivamente, como uma marca do nosso tempo. Mas tem um porém...

Vivemos uma quadra histórica de defesa absoluta de ideias e posturas. Ninguém quer abrir mão de nenhuma das suas convicções, mesmo que artificialmente, em nome de uma relação, de uma atmosfera harmônica. Eis o nó...

Se de um lado há alguém reivindicando respeito aos seus valores, do outro há quem exija acatamento às suas visões contrárias. O preconceito está na ponta do dedo que aponta de ambos os lados. Esbarrou. 

Em seguindo esta tendência comportamental, a psicologia social brasileira tende a se adaptar, se não é que já o esteja fazendo. Se antes éramos vistos como um povo acolhedor e acessível, creio que algumas portas precisarão ser fechadas para acomodar a exigência de respeito às individualidades contemporâneas.

Vamos pegar o exemplo do casamento. Quantas uniões perduraram até o fim da vida porque esposas aceitavam se calar diante de grosserias e adultérios? Hoje este padrão não se aplica mais. Filhos dedicaram suas trajetórias a realizar o sonho profissional ou familiar dos genitores... Esse compromisso, movido a pressão psicológica, também ficou no passado.

Em sociedades multiculturais, especialmente naquelas que atingiram um padrão de organização social favorável para a maioria dos cidadãos, como a canadense e a suíça, há um extremo respeito ao outro, mas também se preserva um distanciamento regimental, que acabar por prejudicar e, em estágio avançado, a bloquear a fluidez dos afetos. Há uma desconfiança no ar...

Se eu não posso me intrometer e nem querer saber nada um pouco mais profundo sobre a sua vida, você também não se sente livre para interagir sobre a minha. Ficaremos, pois, na superficialidade do "polite", brindando à saúde, mas sem se importar, de fato, um com o outro.

É o cenário... Tudo bem que no país do Carnaval, do futebol, do samba, da caipirinha, do forró, as questões são naturalmente tropicalizadas. Mas as novas gerações já demonstram não estarem interessadas em fazer tudo "como os nossos pais"... A regra é ser feliz, ou pelo menos tentar.

Segundou!

Envelhecimento e inovação

Neurocientista João Malva, coordenador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e uma das referências internacionais em envelhecimento ativo e saudável, está em Fortaleza para conferência, nesta terça-feira, 5 de julho, às 9h30min, no Auditório A4 da Unifor.

Mentor e coordenador do consórcio científico "Ageing@Coimbra", vem falar sobre o tema que investiga há décadas com foco na atuação de docentes, pesquisadores, graduandos, gestores municipais, estaduais e privados ligados à tecnologia e inovação na área do envelhecimento e saúde do idoso.

Iniciativa é da Vice-Reitoria da Pesquisa da instituição e as inscrições são gratuitas pelo site da universidade.

Férias no CE

Acompanhada da filha Maria Flor (6) e do marido e fotógrafo Hugo Moura, Deborah Secco aproveitou os últimos dias de descanso antes da sua grande estreia internacional na série portuguesa "Codex 632", e desembarcou no Beach Park para relaxar e se divertir com a família. Hospedada no Acqua Beach Park Resort, a atriz, que já se mostrou apaixonada pelo destino, curtiu o Ceará pela segunda vez neste ano e encarou as atrações do parque aquático.

Deborah Secco: miniférias no Beach Park
Foto: Beach Park/ Divulgação
Deborah Secco: miniférias no Beach Park

Lançamento

Noite do último dia 28, no Ideal Clube, Beatriz Alcântara lançou seu livro "Lupe. Poesia e Paixão". Na obra, a professora, escritora e membro da Academia Cearense de Letras conta os bastidores do seu encontro com a poetisa brasileira Lupe Cotrim Garaude, de onde puxa o fio de sua vida e a produção poética. Ricardo Guilherme fez a apresentação do trabalho, a partir de texto elaborado pelo também imortal da ACL Carlos Augusto Viana. Seguem registros...

abrir

Leia também | Confira mais opiniões, informações e crônicas exclusivas dos colunistas do O POVO+

Foto do Clóvis Holanda

Sociedade, política, tendências. Tudo junto com uma pitada de bom humor. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?