Tuntum, tuntum, tuntum... 

Nunca revelei isso aqui, mas dentre as paranoias aleatórias que todos temos, a minha é uma fixação desde a infância pelos tubarões. Quando chego em casa muito estressado da rotina, coloco o clássico de Spielberg, "Shark" (1975), e relaxo instantaneamente. 

Aquela trilha sonora fantástica do icônico John Williams, que também fez o som de "ET", "Jurassic Park",  "A Lista de Schindler", dentre outros sucessos, é como uma canção de ninar. "Tuntum, tuntum, tuntum, tuntum...". Caio no sono imaginando o dia em que realizarei o sonho de descer numa grade de aço, dessas de passeios turísticos em alto mar, para o grande encontro. 

Quando estou em Recife, faço caminhadas no calçadão de Boa Viagem esbarrando nas pessoas. É que o olhar se volta naturalmente para o mar na expectativa de ver alguma barbatana se batendo ali na beirada, seria um êxtase.

Nunca comentem sobre este aspecto da cidade com os pernambucanos. Apesar da realidade, o bairrismo patente fez disso um assunto desconfortável e antipático, é o que tem demonstrado a minha experiência de convívio com nossos colegas de Nordeste. 

Vendo esse caso dos bilionários que sumiram nas profundezas, em uma expedição rumo aos destroços do Titanic, não consigo deixar de imaginar que, além das questões de sobrevivência, como respiração e alimentação, os passageiros estejam num ecossistema dominado pelas "feras" dos oceanos. 

Pode parecer loucura pinçar este detalhe perante uma iminente tragédia, mas vendo toda a repercussão do assunto, penso eu ser mais afável viajar entre fantasia cinematográfica e realidade do que julgar os desaparecidos pelo uso que fazem de suas próprias fortunas. Ser fiscal dos bilhões alheios não é tarefa que se almeje. 

Há, contudo, um aspecto um pouco mais sutil nas leituras que as redes sociais revelam sobre o caso. Além da disputa pelo capital, a histórica e estrutural luta de classes também se materializa numa crítica grosseira e num julgamento sem filtros entre os polos opostos da pirâmide.

Abastados e pretensos gostam de relacionar a turma da base à preguiça, falta esforço e empenho pessoal, ignorância nata, despreparo por opção. 

Na turma do porão, os endinheirados são apontados como gananciosos, sem sentimentos e senso de humanidade, extravagantes, ostentadores, exploradores da mão de obra.

Como tudo na vida, o todo e a parte se misturam e se sobressai o lado mais extremo e caricatural dessas camadas humanas.

A notícia de ontem, revelando que 39% dos filhos de beneficiados com o Bolsa Família, apesar das fragilidades do programa, acessaram vagas de trabalho formal demonstra que não é "preguiça" e "desinteresse" que formam a massa dos desempregados do Brasil, mas falta de oportunidade. 

Ao mesmo tempo, o fato de um bilionário desejar conhecer in loco os destroços de um naufrágio lendário não quer dizer que se trate de uma pessoa desumana e que torce pela morte de refugiados em travessias ilegais entre a África e a Europa.

Além das engrenagens do mundo laboral (e suas injustiças estruturais), os detentores de grandes fortunas têm se destacado por patrocinar pesquisas importantes para a saúde mundial, manter grandes universidades e programas de educação em países pobres e, mais recentemente, investido em negócios de impacto social e ambiental.     

É óbvio que na balança financeira global, sobra numa ponta para faltar na outra e vice-versa, mas vamos tratar dessas divergências no voto e no debate público qualificado?

Querer canalizar as mazelas da humanidade num passeio de submarino seguido de brinde com champagne é cair nas armadilhas superficiais das redes sociais, que têm limitado o pensamento crítico contextualizado oferecendo às massas meras análises rasas e com foco nos virais e likes. 

E eu... sigo aqui esperando o dólar baixar mais e mais a fim de, um dia, enfrentar meus monstros marinhos de estimação, enquanto busco por botos nos treinos de natação no espigão da Praia de Iracema. 

Flores... 

Van Gogh prorrogado

Após receber mais de 100 mil visitantes, a exposição imersiva e itinerante "Van Gogh Live 8K", montada no estacionamento do RioMar Fortaleza, anuncia prorrogação até o dia 31 de julho, contemplando as férias escolares e a intensa visitação de turistas à Capital. No registro, Bia Fiúza entre o pai Lauro Fiúza e o advogado e reitor da UFC Cândido Albuquerque, na vernissage de abertura da mostra, em março deste ano. 

Evidência 

Em cartaz no cinema do Dragão do Mar o filme "Corpolítica", documentário produzido pelo ator Marco Pigossi, direção de Pedro Henrique França e ganhador do prêmio Fênix no Festival do Rio de 2022. Obra discute a importância da representação LGBTQIA em cargos políticos por meio de depoimentos de candidatos nas últimas eleições. Na foto, o ator em Milão, onde compôs elenco masculino de peso como convidados especiais para o desfile da grife Zegna. Traja visual da marca materializando duas tendências atuais para eles: tons naturais e terrosos, indo da cor da pele ao marrom, e tênis branco.

Celebrar 

Edilson Pinheiro e Micheline receberam cerca de 50 crianças, no BNB Clube, em torneio poliesportivo que comemorou o aniversário de 12 anos do filho Paulo Arthur, conhecido entre os amigos pela aptidão em diversas modalidades e o interesse por aventuras como tirolesas gigantes, montanhas russas e as competições de kart. Muitas guloseimas e farta feijoada agradaram as famílias presentes. Seguem registros... 

Últimas...

Atual presidente do Seacec, empresário Fabiano Barreira comemora nova idade nesta sexta-feira, 23, com festa no La Maison Buffet. 

Yunare Marinho lançou na Fiec seu terceiro livro, "O Mundo Corporativo e Cooperativo nas Organizações". 

Ana Cláudia Macêdo e Leonardo Brasil recebem em coquetel no RioMar, nesta sexta-feira, inaugurando a primeira de suas três franquias da marca Usaflex em Fortaleza.

A BYD, líder mundial em vendas de veículos elétricos, representada no Ceará pelo Grupo Carmais, promove neste sábado o 'Electric Day', dia voltado a apresentar os veículos elétricos e eletrificados da marca. 

Até amanhã.