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Cataploft: 24h sem celular e notei que fui contaminado...
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É editor de cultura e entretenimento do O POVO. Sua coluna, publicada todos os dias, trata de economia, política e costumes a partir de personagens em evidência no Ceará, no Brasil e no mundo.

Clóvis Holanda comportamento

Cataploft: 24h sem celular e notei que fui contaminado...

Jaime Medeiro 
e Yolanda  (Foto: JoaoFilho Tavares)
Foto: JoaoFilho Tavares Jaime Medeiro e Yolanda

A vida é sempre muito surpreendente. A gente até tenta controlar, planejar, fazer tudo conforme está descrito na planilha, na agenda, no aplicativo de tarefas. Mas daí que, do nada, cataploft!

Pode ser uma colisão de trânsito, alguém querido que partiu sem um último adeus, uma bronca no trabalho ou um amor arrebatador, não correspondido, daqueles em que a razão e a maturidade são enterrados na camada do pré-sal, cobertos com concreto. Matam mais que bala, dizem... 

Desde que a Internet surgiu, sempre achei vazias essas frases de autoajuda que os gurus dos algorítimos publicam todos os dias. De repente, me vejo, há algum tempo, lendo todas e, pior, achando que fazem sentido para mim, quase endereçadas. Quanto mais leio e deixo meu "like", mais elas chegam por todos os lados. 

Vai desde beber de 3 a 4 litros de água por dia, uma prática contraproducente do ponto de vista laboral, até promover um detox nas relações que não agregam ou que "sugam energia", como eles gostam de citar. Vampiros urbanos... 

Tem dicas de meditação, de entusiasmo frente a uma nova semana. Vejo ainda os experts em finanças, que dão fórmulas para evitar enfiar os pés pelas mãos, caindo nas armadilhas do Black Friday e do Papai Noel.

Outros trazem sugestões de como gerir equipes, trechos de livros de autores da administração e marketing, correções na postura e na forma de falar, investimentos em autoimagem, frases bíblicas, poesias...

Signos, muitas análises sobre comportamento, personalidade, tendências astrológicas... 

Fui só acumulando... em algum lugar pela cabeça. E pior, repito, achando que tudo faz sentido pra mim. 

Meu telefone, última segunda-feira, acordou sem carregar, morreu. Está há dois dias na assistência técnica, somando uma conta "surprise", presente de Natal.

Amigos, como sobreviver sem meus mentores de bem-estar?

De repente, me vi sem tela para passar o dedo. Como confortar a minha ansiedade sem posts inúteis, frases criadas para amaciar nossa psiquê, gatilhos virtuais?

Gente!!!!!

Ver a vida, simplesmente como ela é, no campo da realidade orgânica, terrestre, sanguínea, é desafiador! Uma sensação de incompletude profunda, de que o mundo está funcionando e você está fora da jogada. 

Pirei. E nem é porque sou jornalista, vale para vocês também, tenho certeza... 

Nessas horas, queria ser do signo de Capricórnio, o mais maduro, racional, equilibrado e ponderado do zodíaco, sabiam? Aprendi essa nesses meses de imersão na baboseira digital... Um capricorniano leria um livro, com uma xícara de chá ou de leite quente, usufruindo dos novos saberes e pensando em como são aplicáveis em seus negócios e planos futuros. 

Pena que sou de Leão, e dá logo vontade de comprar o "Iphone 30", em 30 vezes no cartão, deixar o antigo de presente para o atendente da assistência técnica (somos generosos), e fazer uma festa, grande, para registrar em fotos com minha nova câmera, multidimensional.

Recebi meu telefone, ufa!

Ocorre que, nesse ínterim tecnológico, o algoritmo deixou de lado meus gurus e veio com doses de realidade...

Uma perua fútil, subcelebridade, chamando os cearenses de "povo feio" e "pobretão"; as escolhas nunca técnicas para ministros do STF; novas rachadinhas nos gabinetes; polêmicas envolvendo o futuro dos nossos hermanos argentinos; influencers de moda e beleza interessados em se dar bem na eleição do ano que vem; o caso Ana Hickmann, um abismo sem fim... 

Saí em busca das receitas de felicidade dos gurus da web... Aquelas aspas podem até servir aos seus interesses comerciais, mas são também um ótimo subterfúgio para os dias, aqueles dias...

Vou terminando com medo de ter sido contaminado por um dos vírus do tempo presente: o egoncetrismo frente aos cenários - tortuosos e desafiadores - da coletividade, o que justificaria o sucesso absoluto dos "profissionais" que ganham muito dinheiro, repetindo que o importante é focar apenas em si mesmo... Tem cura?

Flores... 

"Christmas Brunch"

Alexandre Leitão, Ailton Jr., Igor Queiroz Barroso e Anastácio Marinho (Foto: divulgação )
Foto: divulgação Alexandre Leitão, Ailton Jr., Igor Queiroz Barroso e Anastácio Marinho

Muitos nomes de expressão e amantes do mundo deluxe compareceram, manhã do último sábado, ao Brunch de Natal da Maison Tânia Joias. Empresária Tânia leitão, juntamente com os filhos Alexandre, Ailton Júnior e Daniela, receberam amigos da casa, já interessados nas novidades para a época mais celebrativa - e cintilante - do ano. Destaque para a nova linha de relógios Omega, ponto de interesse dos colecionadores, e também para as joias em ouro branco e diamantes, eternas... Na foto, Alexandre e Ailton Jr. com Igor Queiroz Barroso e Anastácio Marinho. 

Estreia 

Joaquin Phoenix é Napoleão Bonaparte nos cinemas (Foto: OSCAR DEL POZO / AFP)
Foto: OSCAR DEL POZO / AFP Joaquin Phoenix é Napoleão Bonaparte nos cinemas

Em cartaz, nos cinemas, o filme "Napoleão", cinebiografia estrelada por Joaquin Phoenix e Vanessa Kirby, com direção de Ridley Scott. Produção traz a história da ascensão do líder militar francês, que poderia ter sido um soldado desconhecido, mas que rapidamente subiu de posto nas fileiras militares, tornando-se o mítico general aos 24 anos.

Impetuoso e implacável na liderança do exército francês, ganhou fama como um conquistador de batalhas e de corações, como o de Josephine (papel de Vanessa Kirby), com quem casou e viveu um conturbado relacionamento. Como todo sucesso tem seu preço, ao ser incentivado a reinar na França, virou também um tirano, que precisava ser destruído por seus inimigos. Vale conferir! 

Na foto, Phoenix na première da obra, em Madrid, personificando um galã despojado, com a gravata desajustada e as medidas no estilo oversize. Eles podem... já os mortais....

Vernissage 

Colecionadores, amantes das artes, gente modernex e afins comparecem à Galeria Leonardo Leal, para a abertura da exposição "Passou uma Nuvem", de Beatrice Arraes com curadoria de Lucas Dilacerda. Mostra reúne cerca de 30 trabalhos da artista visual, que dialoga com as paisagens urbanas, naturais, bucólicas e abstratas, fazendo uso de texturas e múltiplas possibilidades em seu fazer artístico. A mostra ficará aberta ao público até o dia 22 de dezembro, de terça a sexta, das 12 às 2h, e, aos sábados, das 10h às 13h. Cenas... 

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