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Entre moderninhos & afins, poderosos & aleatórios...
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É editor de cultura e entretenimento do O POVO. Sua coluna, publicada todos os dias, trata de economia, política e costumes a partir de personagens em evidência no Ceará, no Brasil e no mundo.

Clóvis Holanda comportamento

Entre moderninhos & afins, poderosos & aleatórios...

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Danilo Forte, Bella e Carmelo Neto, Karine Balbino e Sargento Reginauro, Dayany Bittencourt e Capitão Wagner, Lucinildo Frota, Argemiro Sampaio, Antônio Neto, Aluísio Neto, Aluísio Brasil, Cláudio Pinho, Roberto Cláudio, dentre outros nomes.  (Foto: divulgação )
Foto: divulgação Danilo Forte, Bella e Carmelo Neto, Karine Balbino e Sargento Reginauro, Dayany Bittencourt e Capitão Wagner, Lucinildo Frota, Argemiro Sampaio, Antônio Neto, Aluísio Neto, Aluísio Brasil, Cláudio Pinho, Roberto Cláudio, dentre outros nomes.

Fazia tempo...

...que não via uma festa popular no Ceará, de cunho histórico e cultural, ganhar tanta evidência ao ponto de virar moda e furar bolhas de interesse, e que bom isso estar acontecendo!

No meu radar, último fim de semana, só deu a Festa de Santo Antônio de Barbalha, também conhecida como Festa do Pau da Bandeira. Na cidade caririense, moderninhos & afins, poderosos & aleatórios davam seus pulinhos ao som das bandas cabaçais e do forró raiz, aquele da sanfona, pré-"forrónejo".

Teve de tudo, dos tradicionais políticos pedindo bênçãos eleitorais ao santo casamenteiro, às "meirelers" com trajes regional-boutique, sobre sandálias de couro cru e chapéus, mais parecendo europeias em uma expedição antropológica ao quente fim do mundo.

Numa mão era a (cara) Heineken e na outra o borrifador da Isdin, fator 70, com ácido hialurônico para escapar do calorão do aperto, sobretudo com a passagem dos fiéis conduzindo o tronco.

Nas legendas das fotos, frases como "o pau chegou", "tá lindo o pau", "pau animado"... e por aí vai. Teve até umas amigas, gente da alta cúpula do mundo cult, que publicou foto das duas onde se lia: "pau belíssimo e nós belíssimas".

O trocadilho fálico faz parte do teor sacro-profano que faz a Barbalha pipocar nesses dias juninos. Uma conhecida fez a seguinte construção: "é uma festa muito longa, cedo da manhã eu vi o pau entrando na igreja, mas ele só sobe à noite".

É, pois é.

O fato é que, vivendo "atravessamentos ancestrais" na tradição do pegar, sentar e beber o chá do pau, viu-se muitos chics & famosos, trazidos ao CE por caravana mobilizada pelo ator e youtuber Max Petterson, que envelopou a festança em projeto multimídia cheio de patrocinadores, sabido é ele!

Assim, turminha do Sudeste trocou os acessórios de shopping por chapéus e alegorias de Mateo e Catirina, personagens dos reisados nordestinos, combinando com as alpergatas de Espedito Seleiro.

Estava tudo muito bonito de se ver e as cidades do Interior têm algo que nós, dos centros urbanos, nem conhecemos mais: trocas solidárias com pessoas desconhecidas. Pelas narrativas, as casas ficam abertas para a rua e turistas são recebidos com alegria, mesa de quitutes, queijos, cachaças.

A harmonia só foi quebrada com o climão político na hora da missa oficial da programação, com a igreja da matriz dividida ao meio.

Nos bancos da esquerda, a ala ligada ao governador Elmano de Freitas e ao ministro da Educação, autêntico caririense, Camilo Santana, presente com a esposa, Onélia Santana. Junto deles, o prefeito da Cidade, o neopetista Guilherme Saraiva, rejubilando com o "paranauê" da festa.

Do outro lado da nave central do prédio histórico, o neo-direitista Roberto Cláudio com Carmelo Neto (em new shape, corrida ou monjauro?), Capitão Wagner e Danilo Forte, que fez foto sentado no supracitado pau, com a seguinte legenda:

"Dizem que sentar no pau da bandeira dá em casamento. O meu eu já garanti, agora quero é casamento duradouro com meu amor".

Em outras palavras, "Love is in the air", meu bem, e o resto é resto! Dia 12 vem aí!

Adooooooooooooooooro.

Teve até um político desse prisma, da direita, que levou a "new love", bem jovem. A moça estava, pelas feições, um pouco apreensiva com a multidão de populares sobre a comitiva, no calor e no barulho, desacostumada. No Tribunal da Varanda dominical, ouvi o seguinte:

- Criatura, ele não se diz tão conservador, como é que trocou a esposa maravilhosa por aquela sirigaita?

- Mulher, é a renovação dos votos, só que agora renova é com outra mulher, deixa de implicância.

Juro que estou sem saber como concluir esse texto usando meu artifício de quase todos os dias, que é pinçar um elemento da argumentação inicial para finalizar e deixar vocês com minhoquinhas e pitadas de humor na cabeça.

Fiz algumas combinações aqui, mas vamos deixar o pau descansar, já mexeram muito nele durante todo o fim de semana.

Flores, para Barbalha.

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