
É editor de cultura e entretenimento do O POVO. Sua coluna, publicada todos os dias, trata de economia, política e costumes a partir de personagens em evidência no Ceará, no Brasil e no mundo.
É editor de cultura e entretenimento do O POVO. Sua coluna, publicada todos os dias, trata de economia, política e costumes a partir de personagens em evidência no Ceará, no Brasil e no mundo.
Estação Vida
A passagem de uma pessoa jovem é sempre um impacto, ainda mais quando se trata de alguém público, bem sucedido, artista.
Soma-se a Preta Gil, que lamentavelmente não está mais aqui, a decisão e a coragem de ser ela mesma, desde sempre e até o fim, independentemente das expectativas alheias.
Quem encara viver assim hoje, num mundo de câmeras e juízes da vida dos outros trabalhando 24 horas por dia?
A artista baiana deixa um legado musical, mas entendo que sua maior herança é no campo do humano, foi demasiadamente humana.
Muito antes de temas como gordofobia, homofobia, racismo estrutural, misoginia e outras bandeiras fazerem sucesso nos planos de marketing e nas redes sociais, a filha de Gilberto Gil colocou suas medidas corporais, sua orientação sexual, seus dramas como mulher e negra no centro do jogo, sem filtros.
Preta nunca ocultou suas vulnerabilidades, as impostas pela sociedade ou as íntimas.
Em uma arena de estrelas forjadas para a perfeição, com discursos ensaiados e muita superficialidade, ela ousava expor fragilidades, medos, desafios, compartilhando generosamente seus processos de autoconhecimento e superação. Isso inspirava e dava voz a milhares de pessoas que hoje sentem sua partida, como os pacientes oncológicos, que tinham nela uma referência de força e resiliência no enfrentamento à doença.
Foi julgada, muito.
Já debilitada, numa dessas tréguas parciais da doença, era constantemente "apedrejada" pelo tribunal da web por cantar em cima de um trio elétrico no que seria, sem ela saber, seu último Carnaval.
Também entrou no mar de Salvador, o derradeiro, mesmo com a bolsa de colostomia definitiva. Precisava receber seu "axé".
Enquanto esteve por aqui, reverenciou, com festa, a possibilidade de estar viva.
As atitudes foram muito questionadas pela categoria dos Não Médicos, sempre de plantão no Hospital da Vida Alheia. Tal interferência, na maioria das vezes sem boas motivações, não é privilégio de famosos em tratamento de câncer.
Pacientes de oncologia e de outras doenças delicadas, no geral, estão sempre na mira dos achismos, dos dedos que apontam querendo traçar os caminhos do outro, como se a doença os tivesse transformado em marionetes para atender aos anseios de terceiros.
E aí trago, nesses dois momentos, de raro prazer da cantora partinte, o ponto central da nossa conversa hoje.
Quem saberá ou poderá definir a maneira do outro de tentar ser feliz?
Como ousamos, mesmo não sendo os responsáveis pela Preta, criticar seus últimos desejos em vida?
A notícia da morte da cantora chegou horas depois de eu prestar solidariedades a uma amiga que havia perdido um primo, de 40 e poucos anos, uma pessoa comum, como a maioria de nós. Ele apenas caminhava pelo jardim de casa e, de supetão, o batimento cardíaco se foi.
"Ninguém quer a morte, só saúde e sorte", como escreveu Gonzaguinha, mas bem que a gente poderia lembrar, com mais recorrência, de que a finitude não é uma escolha. Caminhamos todos os dias para o fim.
Talvez encarando, com mais frequência, a morte como uma condição imprevisível dos que estão vivos, como agora, quando alguém jovem, famoso e bem sucedido parte, tomássemos mais consciência da finitude e do nosso próprio tempo que urge. Possivelmente, assim, em meio aos dias ordinários, encontrássemos um tempinho para um extraordinário banho de mar, talvez o último...
Nas palavras de Gil, em entrevista resgatada no âmbito das despedidas da filha:
"Entregue-se. Deixe. O Mistério vai fazer o seu trabalho. Aí é que é o grande teste do eu, do ego. Não adianta. Tem horas que não adianta. Não confira ao ego mais nenhum poder de lhe salvar porque só o mistério vai poder lhe salvar".
Flores... para Preta.
Na última quinta-feira, a Pague Menos inaugurou a sua mais nova loja conceito, desta vez no Beach Park. A flagship está localizada na Vila Azul do Mar, em meio a restaurantes, lojas, sorveterias e outros espaços de serviços para os milhares de turistas que visitam um dos nossos cartões postais no mês de julho. Inauguração marca mais um passo da companhia para se aproximar ainda mais dos clientes, adaptando a arquitetura tradicional das lojas a formatos customizados como na foto, em clima bem praiano. No registro, o fundador da Pague Menos, Deusmar Queirós, e o CEO da rede de farmácias, Jonas Marques.
Em alta, na Netflix Brasil, o filme "O Jogo da Viúva". Longa espanhol reconstrói um dos crimes mais famosos de Valência, quando, no ano de 2017, o engenheiro Antonio Navarro Cerdán, de 36 anos, foi encontrado morto na garagem do prédio onde morava com a esposa, María Jesús Moreno, conhecida como Maje, interpretada por Ivana Baquero (foto). Para além da trama policial, naturalmente envolvente, narrativa evidencia o poder de uma paixão avassaladora, capaz de fazer as pessoas saírem completamente de sua racionalidade, ainda mais quando se trata, como no filme, de uma mulher linda e jovem manipulando, com beleza, charminhos e sexo, um homem na crise da meia idade. Alguém por aí?
Após nove noites de celebração, cultura e grandes encontros musicais, a ExpoCrato 2025 chegou ao seu encerramento neste domingo. O Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcante foi novamente tomado por um público vibrante, que fez da despedida uma verdadeira consagração, e muitos nomes de expressão, da política e do business compareceram ao desfecho da festa. Cenas...
(Foto: divulgação)Aloísio Brasil, deputado federal Danilo Forte, vereadora de Fortaleza Bella Carmelo, deputado estadual Carmelo Neto, Roberto Cláudio e Carol Bezerra
(Foto: arquivo pessoal )Mariana Mota, Francisco Marinho, Bell Marques, Kaká Diniz, Netinho Bayde e Nicole Pinheiro Bayde
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