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Arquitetura afetiva: até as casas estão precisando de humanidade
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É editor de cultura e entretenimento do O POVO. Sua coluna, publicada todos os dias, trata de economia, política e costumes a partir de personagens em evidência no Ceará, no Brasil e no mundo.

Clóvis Holanda comportamento

Arquitetura afetiva: até as casas estão precisando de humanidade

Nos últimos anos, profissionais da ambientação têm se vendido nas redes (anti)sociais como experts em retirar do "baú da vovó" o que sobrou das relíquias deixadas por antepassados, usando esses elementos como itens na decoração dos ambientes domésticos
No BBB24, é possível analisar como a iluminação, a decoração e as diferenças entre os brothers têm influência nos seus comportamentos (Imagem: Divulgação | Globo | Manoella Mello) (Foto: )
Foto: No BBB24, é possível analisar como a iluminação, a decoração e as diferenças entre os brothers têm influência nos seus comportamentos (Imagem: Divulgação | Globo | Manoella Mello)

Alô, tem afeto?

Vocês sabiam que agora existem arquitetos e decoradores especializados em fazer as casas terem atmosfera de clima familiar?

Pois é...

...nos últimos anos, profissionais da ambientação têm se vendido nas redes (anti)sociais como experts em retirar do "baú da vovó" o que sobrou das relíquias deixadas por antepassados, usando esses elementos como itens na decoração dos ambientes domésticos.

A aplicação do mobiliário em tons neutros e de design minimalista nos projetos continua, mas aquele visual hospitalar - e enlouquecedor - com tudo branco e off white, como se vivêssemos em uma eterna cena de batizado de novela ou numa clínica psiquiátrica pré-Nise da Silveira foi superado.

Assim, espelhos de décadas passadas, delicadas caixas de prata, fotos antigas e originais em preto e branco (mesmo que manchadas), máquinas de datilografar, toca-discos de vinil, pedaços de tecidos, maçanetas vintage, tudo é passível de ser usado como elemento guardião de uma história vivida, mesmo que intimamente não reverenciada.

Quem visita a CasaCor Ceará, aberta até 16 de novembro na Rua Tibúrcio Cavalcante, 607, vai perceber, em boa parte dos ambientes, uma inclinação dos profissionais em inserir elementos de humanização nos espaços, para além das obras de arte e objetos decorativos.

Muitos ambientes são em homenagem a personalidades ou mesmo a pessoas do coração, como fez Ney Barroso Filho, numa ode colorida à mãe que partiu dessa existência.

E nesse âmbito.... das trocas de afetos, ou da falta de traquejo contemporâneo com eles, tem um termo novo que chegou por aqui e achei sintomático: "Curadoria Relacional".

É um facilitador de conexões entre pessoas, ideias, obras ou contextos, que foca mais nas relações entre os elementos (obras, artistas, comunidades, negócios, saberes) do que nos personagens envolvidos no caso.

Ele busca interesses em comum entre as partes, antes que elas precisem de uma sempre vulnerável tratativa direta, às vezes entre players que não se suportam.

Seria um profissional dessa categoria a atuar na anti-relação Lula x Trump?

Sinais dos tempos: a intolerância, o desinteresse pelo outro, a hipersegmentação que não para de se aprofundar e se disseminar em todas as lógicas do consumo, a frieza, a apatia generalizada pelo coletivo atingiu esse patamar, o da necessidade de um intermediador não entre dois chefes de Nação, mas ligando pessoas comuns, profissionais liberais, empresários e afins não dispostos a "gastar" este tempo.

Mergulhando um pouco mais nesse anticlímax do "mais eu e menos nós", está em alta no mundo dos treinamentos os cursos de Inteligência Relacional. Mentores ajudam as pessoas a desenvolverem técnicas de relacionamento...

Não é nada de outro planeta...

Atingimos um patamar de indiferença ao outro tão patente, que muitas empresas, para conseguir funcionalidade em seus times, estão contratando profissionais de Recursos Humanos para ensinar sobre a importância de saber ouvir, falar sem violência e grosseria, perceber como suas ações afetam os outros, saber lidar com desacordos de maneira construtiva, perceber e compreender os sentimentos de terceiros e o mais problemático e desafiador de todos: entender e gerenciar as próprias emoções.

É aí, no escrutínio dos próprios sentimentos, onde entra o revolucionário Autoconhecimento, ferramenta valiosa, potente, mas dolorosa no processo do desenvolvimento humano.

Enxergar-se, com verdade, é para os fortes...

Talvez seja fugindo desse espelho da alma que muita gente prefere entregar e justificar o próprio destino pelas vias do além, do acaso, dos céus ou recorrer a um atravessador sentimental na hora de encarar a si, ao outro, ao mundo.

Flores...

Reconhecimento

Roberto Macêdo e Amarílio Macêdo(Foto: Fernanda Barros)
Foto: Fernanda Barros Roberto Macêdo e Amarílio Macêdo

Universidade Federal do Ceará (UFC) aprovou a concessão do título de Doutor Honoris Causa a Roberto Macêdo. Distintivo reconhece a contribuição do empresário ao desenvolvimento industrial, social e para a aproximação entre a Academia e o setor produtivo no Ceará. À frente de um dos maiores e mais tradicionais grupos empresariais do Brasil, o conglomerado J. Macêdo, executivo também presidiu a Fiec por dois mandatos consecutivos e atuou como vice-presidente da CNI, período decisivo para estreitar os laços entre as entidades e a Universidade. Roberto Macêdo também é reconhecido por sua atenção ao meio ambiente, sendo fundador e membro do Conselho da Associação Caatinga e Conselheiro Honorário da The Nature Conservancy do Brasil. Data de entrega da comenda ainda será definida pela UFC e o homenageado.

Cidade Luz

Desfile de Ivanildo Nunes em Paris(Foto: anderson de deus/ divulgação)
Foto: anderson de deus/ divulgação Desfile de Ivanildo Nunes em Paris

Paris colocou lupa para contemplar o mosaico de rendas do Nordeste levado por Ivanildo Nunes. Estilista participou pela segunda vez da Semana de Moda da Cidade Luz, com desfile no Paris Fashion Air. Por lá, apresentou coleção “Manifesto em Prol do Artesanato Cearense”, dedicada à preservação de técnicas tradicionais ameaçadas de extinção. Criações, todas inéditas, trouxeram elementos que valorizam patrimônios como a renda de bilro de linha fina e o labirinto em organdi. “Ao inseri-los na passarela parisiense, levanto um chamado urgente sobre a importância de preservar e valorizar saberes que correm o risco de desaparecer”, alerta o criador. Na foto, modelo durante a - chic - catwalk.  

Celebrar

Naa sexta-feira, 3, médico e empresário Guilherme Fujita ao lado de sua esposa, Layla, e dos filhos Anik, Nicole, Liz e Michel, receberam amigos e familiares para celebrar a entrada do anfitrião nas seis décadas. O momento, organizado por Layla, teve bolo assinado pela Miriam Pontes acompanhados dos docinhos da Doce Mel. Para celebrar os 6.0, Thyago Lima agitou o ambiente ao som de um repertório de todas as épocas. Cenas...

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