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Quem é a campeã mundial de capoeira? É uma cearense!
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Cristina Brito é jornalista com pós-graduação em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Iniciou a carreira no projeto Novos Talentos, do O POVO, onde atuou como repórter na Assessoria de Comunicação do Grupo. Escreve para o Anuário do Ceará, para o espaço de Veículo do Portal O POVO e para o blog Veia Esportiva. Neste espaço, fala sobre cearenses no esporte pelo mundo (regional, nacional e internacional)

Quem é a campeã mundial de capoeira? É uma cearense!

Natural de Fortaleza e conhecida como "bailarina", a cearense Michele Palhano foi campeã mundial na competição Volta do Mundo Bambas
Bailarina no evento Volta do Mundo Bambas, no Rio de Janeiro.  (Foto: Raquel Gasparzinha)
Foto: Raquel Gasparzinha Bailarina no evento Volta do Mundo Bambas, no Rio de Janeiro.

Nesta quinta-feira, 3, é celebrado o dia da capoeira. A prática que mistura esporte, luta, dança e música, e é considerada patrimônio cultural imaterial da humanidade.

E no nosso Estado, temos uma grande representante da capoeira no esporte mundial. Michele Palhano, a Bailarina, nasceu e cresceu no Conjunto Ceará, em Fortaleza, e leva o nome do Ceará para o mundo. No último dia 22 de julho, a cearense foi campeã mundial no maior evento da modalidade do mundo, o Volta do Mundo Bambas, realizado no Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. A competição foi criada em agosto de 2022 e reúne atletas do Brasil e dos países vizinhos da América do Sul.

Michele deu seus primeiros passos na capoeira aos 8 anos de idade, em um projeto gratuito na escola em que estudava. Hoje em dia, o projeto não existe mais, mas deixou uma sementinha plantada na pequena “bailarina”. Michele conta que sempre foi apaixonada por lutas e, por não ter recursos e nem disponibilidade em seu bairro, passou um tempo sem praticar nenhum tipo de atividade.

“Quando os professores passaram em sala divulgando o projeto e falando que as matrículas estavam abertas, só lembro que passei o final de semana pensando como poderia ser a modalidade”, conta Michele.

Ela percebeu que havia se encontrado na capoeira quando vivenciou a atmosfera do esporte na primeira aula. “Quando cheguei à aula, a música, a luta, a filosofia, entre outros elementos da capoeira me chamaram muita atenção, e então a partir dali percebi que tinha me encontrado”, explica.

Bailando no jogo da capoeira

Michele relata que sempre foi muito dedicada ao esporte. Desde o início da sua carreira, realizava movimentos leves e acrobáticos que chamavam a atenção de quem assistia. O apelido “bailarina” veio por fazer um movimento com os pés chamado no balé de meia ponta, que é basicamente ficar na “ponta do pé”, e por parecer que estava bailando ao realizar os movimentos da capoeira.

“A capoeira mudou minha vida”

Bailarina conta que no começo de tudo seus pais não permitiam que ela treinasse. Para driblar a proibição dos pais, ela conta que quando saía para comprar pão ou ir ao supermercado “fugia” para o treino. Isso foi ocorrendo até sua mãe ver que não tinha mais jeito. A partir daí, a mãe de bailarina começou a acompanhá-la em todas as atividades e campeonatos e se tornou sua maior incentivadora.

De aluna à professora

No começo de tudo, Michele foi ensinada a jogar capoeira. Aos 14 anos, já tinha diversos alunos que treinavam com ela na oficina mecânica de seu pai. Em 2021, construiu sua academia “CT Corpo em Ação”, em cima do mesmo local que ministrava aulas quando adolescente.

Michele também é professora de Educação Física e Personal Training. Ministra aulas no Serviço Social do Comércio (Sesc) e em outros projetos, levando a cultura, a luta, a arte, a musicalidade e tudo que a modalidade pode apresentar. Além disso, desenvolve um trabalho especial no projeto Sesc Ativo, com atividades inclusivas para pessoas com deficiência intelectual, motora, visual e múltiplas.

Vitórias

Com 22 anos de carreira na capoeira, Bailarina já foi campeã da Copa Cajuína, a maior competição do Norte e Nordeste; campeã no Cearense e finalista do Red Bull Paranauê, uma das maiores competições já realizadas da modalidade. E, mais recentemente, campeã mundial na Volta do Mundo Bambas.

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