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Em nome de Deus. Mas qual deus?
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Daniel Maia é professor doutor de Direito Penal da Universidade Federal do Ceará (UFC), sendo também advogado criminalista e colunista semanal do O POVO

Daniel Maia opinião

Em nome de Deus. Mas qual deus?

Tipo Opinião

A Europa, especialmente a França, vem sendo castigada com atos de terrorismo que voltaram a ser cometidos em seu território, no mês de outubro e novembro de 2020, os quais se iniciaram com a decapitação de um Professor que exibiu em sua sala de aula uma charge do profeta Maomé, ato que bastou para que se iniciasse assassinatos em igrejas, incluindo o homicídio de uma brasileira residente em Nice; bombas encontradas perto da Torre Eiffel; ameaças de explosões em Mesquitas e todo o vasto repertórios de atos terroristas cometidos em nome de um fanatismo religioso irracional, covarde e brutal.
A Áustria também foi atacada sob o mesmo estilo de terror, tendo o centro de Viena se transformado em um campo de extermínio de inocentes que por azar estavam na rua e em bares no momento que outro assassino travestido de religioso atacou.
Os líderes das religiões que os assassinos terroristas dizem ser fiéis negam que em suas escrituras existam fundamentos para justificar tais atos, no que, por certo, tem razão.
Entretanto, a questão parece ser muito mais profunda, não estando apenas na superficialidade de questões falsamente religiosas, as quais apenas são a cereja do bolo mortal que essas pessoas loucas comentem.
Penso que tanto as nações atacadas, quanto os líderes religiosos de todas as religiões que são citadas pelos autores de atos terroristas deveriam repensar o modo de doutrinar e prevenir tão grave nível de fanatismo. Certamente, fechar fronteiras e discriminar pessoas pela sua origem ou religião não resolve o problema, o qual tem raízes psicológicas e sociais que também devem ser estudadas a fim de se tentar evitar novos massacres.
O fato é que os Estados atacados falham em dizer que retribuirão o terror com terror. Isso ocorre pelo fato de sequer saberem quem é inimigo a ser contra-atacado.
Assim, enquanto não houver políticas públicas internacionais que fomentem a tolerância religiosa e o mútuo entre as nações e religiões o terror vai continuar.

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