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Em mulher não se bate nem com uma flor
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Daniel Maia é professor doutor de Direito Penal da Universidade Federal do Ceará (UFC), sendo também advogado criminalista e colunista semanal do O POVO

Daniel Maia opinião

Em mulher não se bate nem com uma flor

Tipo Opinião

É triste que em pleno século XXI ainda temos quase que diariamente que bradar pela proteção das mulheres e pelo fim da violência doméstica.
Esse mal assola o país inteiro e não é apenas em regiões tradicionalmente consideradas machistas, como o Norte e Nordeste do Brasil, que ele degrada a sociedade, pois crimes bárbaros e covardes contra mulheres são cometidos em todo território nacional, sem distinção de qualquer natureza, o que demonstra o enorme mal que a sociedade brasileira pena para extirpar de suas entranhas.
Historicamente a mulher sempre foi desprestigiada e maltratada em diversas sociedades e períodos, a exemplo temos a retirada de quase todas as mulheres do texto bíblico por determinação do Imperador Constantino; em outro ponto da história humana, a própria Igreja Católica, com suas cruzadas irracionais e barbaras, matou em suas fogueiras milhares de mulheres que por algum motivo eram consideradas bruxas ou pecadoras.
Aqui no Brasil, o símbolo maior da violência doméstica e da luta para acabar com esse mal é a cearense Maria da Penha, mulher que ao escapar da morte nas garras do ex-marido travou uma jornada jurídica internacional para que o Brasil pudesse evoluir e criar a legislação que leva o seu nome e que passou a punir mais severamente os agressores.
Na minha opinião, o Direito Penal Brasileiro ainda é muito brando com os agressores de mulheres, devendo se tornar mais rigoroso e efetivo ao punir. Pensemos nisso ao eleger os nossos próximos representantes, os quais poderão alterar a legislação e trazer mais segurança para as mulheres brasileiras.
De outro lado, tem também o aspecto cultural que faz com que muitos homens cresçam vendo o pai bater na mãe e esta aguentar calada e sem denunciar o algoz. Isso precisa mudar, por meio de uma política pública que ensine já na escola que devemos tratar com carinho e cuidado dos serem mais especiais do mundo, os quais são responsáveis pela nossa existência e perpetuação, a mulher.
Afinal de contas, as crianças de hoje precisam aprender uma lição que minha mãe me ensinou desde pequeno: que em mulher não se bate nem com uma flor!


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