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Os extremos se encontraram no erro nas eleições
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Daniel Maia é professor doutor de Direito Penal da Universidade Federal do Ceará (UFC), sendo também advogado criminalista e colunista semanal do O POVO

Daniel Maia opinião

Os extremos se encontraram no erro nas eleições

Tipo Opinião

Nas eleições municipais de 2020 ocorreu um fenômeno interessante de se observar, qual seja: os candidatos afilhados de velhos caciques políticos ou por políticos que estão atualmente no poder enfrentaram muitas dificuldades nas urnas.
Exemplos disso temos os candidatos do Partido dos Trabalhadores – PT, que não conseguiram se eleger em nenhuma capital do País, isso não ocorria desde a década de 1990. Esse exemplo mostra que a força política que outrora o ex-presidente Lula tinha, já não tem mais; de outro lado tem-se também o fracasso quase que total da maioria dos candidatos apoiados pelo atual presidente da República Jair Bolsonaro, o qual, da mesma forma que o Lula, saiu enfraquecido dessas eleições municipais.
Tal fenômeno ocorreu por diversos fatores, entre eles o descrédito de várias lideranças locais; o cansaço da população com a velha política coronelista que ainda massacra boa parte do Brasil, em especial o Nordeste do País; e o não apoio com a intolerância, ou seja, o povo parece não tolerar mais discursos extremistas e o radicalismo político que vinha dominando o cenário eleitoral nos últimos anos.
Como já disse o filósofo Emmanuel Kant: os extremos se encontram no erro. E foi exatamente o que se viu nessas eleições com o bolsonarismo e o lulismo. Com isso, quem saiu fortalecido dessas eleições foram os partidos do conhecido “Centrão”, os que não se dizem nem de esquerda e nem de direita, e os candidatos com postura e discurso mais moderados.
Assim, os eleitores mandaram um recado muito claro aos candidatos que defendem bandeiras radicais, tanto de um lado como de outro, o de que não queremos mais esse dualismo exacerbado que vem dominando a política brasileira nos últimos pleitos.
Vamos aguardar as eleições de 2022 para ver se os políticos entenderam o recado das urnas.

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