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Comentários dos leitores: e a moderação?
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Jornalista (UFC-CE) e licenciada em Letras (Uece), é doutoranda em Linguística (PPGLin-UFC), mestra em Estudos da Tradução (UFC-CE), especialista em Tradução (Uece) e em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais (Estácio). No O POVO, já atuou como ombudsman, editora de Opinião, de Capa e de Economia, além de ter sido repórter de várias editorias. É revisora e tradutora.

Comentários dos leitores: e a moderação?

Tipo Opinião

Estabelecer uma relação de proximidade com o usuário da internet é um dos objetivos dos veículos jornalísticos quando abrem os espaços dos seus textos para os comentários dos leitores. Além disso, cria-se uma fidelização com ele, que passa a visitar com mais frequência as páginas, a interagir, a comentar, a curtir, a compartilhar, a depender do que se permita.

É certo que o leitor transita na internet a partir de suas preferências, e essas aberturas dadas pelos veículos fazem com que ele esteja mais assíduo em suas páginas, dada a liberdade permitida pela interatividade. Afinal, quem vai querer estar numa página em que os comentários são fechados, restritos, inacessíveis? Soa antipático em um mundo tão cheio de sociabilidade virtual.

Acontece que somada a essa interatividade vem uma enxurrada de comentários ofensivos, um sem-número de xingamentos que ultrapassam qualquer limite de tolerância e insultos a jornalistas, ao jornal e aos outros leitores que em nada contribuem para o espaço da discussão. No O POVO, isso é bastante comum. São frequentes as matérias em que se veem os agravos com palavras chulas, com manifestações preconceituosas de todo matiz, racistas, homofóbicas, machistas e diversas outras intoleráveis, que não deveriam ser admitidas pelo jornal.

Uma coisa é a liberdade de expressão, garantida constitucionalmente e defendida por todos nós. Outra coisa é a garantia dos também direitos fundamentais, como o da dignidade humana, ao respeitar o próximo, mantendo o debate em um nível racional. Ambas precisam ser sopesadas.

Denúncia

Para comentar no portal do O POVO, é preciso ter um perfil no Facebook e acessar o portal conectado a esse perfil. Não há uma moderação específica pelo O POVO, que segue as regras da rede social.

O jornalista Érico Firmo, coordenador do O POVO Online, explica: "Os comentários demandam perfil no Facebook. Tanto que há a possibilidade de publicar simultaneamente no portal e no próprio perfil também. Como plugin do Facebook, as regras são as da plataforma. Pelo volume de comentários que recebemos, não há moderação, mas há acompanhamento em casos nos quais há maior engajamento nas discussões. Nossas principais plataformas de comentários hoje são nas próprias redes sociais e ficamos de olho quando há alguma onda. Infelizmente, o volume de comentários nos impossibilita o acompanhamento caso a caso. Em conversa com outros veículos, desconheço algum grande portal que o faça".

A impossibilidade desse gerenciamento abre brechas a participações que caluniam, difamam, promovem discriminação e intensificam o discurso de ódio que tem se propagado.

Não há uma política de comentários específica do O POVO Online. Ou seja, não existe no O POVO uma lista explícita de procedimentos para comentários dos leitores, para que o usuário perceba que ali é espaço para o debate relevante e que o comentário dele é bem-vindo, contanto que respeitoso. E que ele, leitor, pudesse perceber que, caso violasse aqueles procedimentos, agredindo com xingamentos, palavrões, termos chulos, desrespeito e expressões preconceituosas, ele teria o comentário removido e seria informado disso, podendo até perder o direito de comentar no espaço. Mas não existe isso.

A denúncia, explica o jornalista Érico Firmo, pode ser feita pelo Facebook - clicando no comentário e, depois, clicando em "Denunciar ao Facebook" - ou pode ser enviada uma mensagem ao O POVO, por meio do canal "Fale com a gente", localizado no alto da página, no portal.

É preciso mais. O POVO investe no aperfeiçoamento das plataformas digitais, mas precisa se lembrar também de que os comentários publicados on-line são de responsabilização editorial. O jornal pode não ser responsabilizado pela ofensa que outro propaga, mas é meio de divulgação dessa seção. Pelo caráter que têm, de imediatismo, esses comentários tornam-se um terreno bastante favorável à violação de vários direitos fundamentais, que o próprio jornal defende.

É necessário mais critério, além de zelo, com a seção. É um caso, sobretudo, de respeito com o leitor.

Atendimento ao leitor

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Das 8h ÀS 14h

"O Ombudsman tem mandato de 1 ano, podendo ser renovado por até três períodos. Tem status de Editor, busca a mediação entre as diversas partes e, entre suas atribuições, faz a crítica das mídias do O POVO, sob a perspectiva da audiência, recebendo, verificando e encaminhando reclamações, sugestões ou elogios. Tem ainda estabilidade contratual para o exercício da função. Além da crítica semanal publicada, faz avaliação interna para os profissionais do O POVO".

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