A CADA INÍCIO DE MÊS, saudações ao novo período se multiplicam. Se você estiver em grupos de aplicativos de mensagem cujos membros se cumprimentam com constância, sabe do que falo. Seja bem-vindo, fevereiro. Bem-vindo, fevereiro. Tchau, janeiro. A vírgula existe aí para isolar o vocativo (fevereiro, janeiro) - esse termo que a gramática usa como um chamamento. É utilizado para chamar, perguntar, atrair a atenção. Outros exemplos: "Fica, Maria"/"Fora, Roberto". Já que estamos falando com esse interlocutor, ele precisa estar separado na frase. Por isso, a vírgula.
ENTRE VÍRGULAS
E SE o vocativo estiver no meio da frase? Aí, colocamos vírgula antes e vírgula depois.
Exemplos: "A questão, José, é essa" / "Parabéns, Gabriel, pela sua aprovação".
AMBIGUIDADE
É PRECISO cuidado, no entanto, para evitar ambiguidade. Um exemplo: "O João, meu amigo, vai explicar isso". O "meu amigo" neste caso se refere ao João? Ou se refere ao interlocutor, a alguém com quem eu falo? Só o contexto para informar.
MESES E DIAS
LEMBRE-SE DE que, na língua portuguesa, os meses do ano são escritos com a inicial minúscula: fevereiro, março, outubro, novembro... Se fizerem parte de um nome próprio, a inicial será maiúscula, como em "Colégio 13 de Maio", "rua 7 de Setembro", "rua 15 de Novembro".
Além disso, o primeiro dia do mês é sempre escrito em ordinal. Assim, é 1º de fevereiro, e não 1 de fevereiro. Também: 1º de outubro,
1º de dezembro etc.
Na indicação de dias e meses, o ideal é não usar zero à esquerda nas datas: 1º/1, 6/2, 9/3. Outra dica é não usar ponto em números referentes a ano: 1997, 1998, ano 2000, 2002, 2003. Vale lembrar que a abreviação de horas é h - com minúsculo, sem plural e sem ponto. Desse modo, use: 9h, 13h, 21h. Não use abreviações com hs, hr ou hrs, por exemplo.
SALVA A DICA!
INCONFIÁVEL
NO PROGRAMA BBB, um participante falou recentemente a palavra "inconfiável". Uma dúvida surgiu: existe essa palavra? Existe, sim. Significa algo ou alguém em que/quem não se pode confiar, que não é verdadeiro, que é falso. Em geral, os prefixos in- e des- se referem a negação, ação contrária, sentido contrário, separação.
NÃO COMO PREFIXO
EM ALGUNS casos, é o "não" que faz essa função, como nas expressões: organização não governamental, área para não fumante, não violência, não participação. Sem hífen.
NA IMPRENSA
DIA DESSES, era assim o texto de uma matéria: "Já fazem duas semanas desde o grande dia". O verbo fazer, quando se refere a tempo, não tem sujeito. É impessoal. Assim, deve ser mantido na terceira pessoa do singular. O certo, pela gramática normativa, é: Já faz duas semanas. Também: Faz um dia. Faz dois dias. Faz três anos.
FLOR DO LÁCIO
VOCÊ PODE acompanhar mais conversas sobre o uso da língua portuguesa no programa "Flor do Lácio". Às quartas, na rádio O POVO CBN (FM 95,5 e pelas redes sociais) às 10h45min; e às quintas, na rádio CBN Cariri (FM 93,5 no Cariri e pelo aplicativo) às 10h20min.