Jornalista (UFC-CE) e licenciada em Letras (Uece), é doutoranda em Linguística (PPGLin-UFC), mestra em Estudos da Tradução (UFC-CE), especialista em Tradução (Uece) e em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais (Estácio). No O POVO, já atuou como ombudsman, editora de Opinião, de Capa e de Economia, além de ter sido repórter de várias editorias. É revisora e tradutora.
DICA OPORTUNA. Ao usar o verbo namorar, muito requisitado nestes dias, é preciso atenção com a regência (aquela relação entre o verbo e outro termo). Pela regra da gramática, quem namora... namora alguém. E não com alguém. O verbo namorar não requer a preposição "com" no complemento. Assim, na língua culta, deve-se dizer "José namora Maria", por exemplo, em vez de "com Maria". Por isso, ao pensar em usar o pedido "Quer namorar comigo?", corrija para "Quer me namorar?". Ou já fala direto: "Quero namorar você". Além do interesse, você demonstra que sabe as regras.
PODE-SE ATÉ pensar em uma situação específica: João namora com Ana – é válido se ele sai para namorar e leva a Ana do lado, servindo de companhia (uma companhia bem constrangedora, convenhamos). Mas, se estamos nos referindo ao relacionamento, é um namora outro, sem "com".
COMO USAR o verbo "presentear" no imperativo? É "presenteie" mesmo, com e no fim: "Presenteie quem você ama". É a forma usada para verbos terminados em -ear, como pentear, passear e frear. Exemplos: "Penteie o cabelo da menina", "Passeie com seu cachorro", "Freie antes de animais".
PARA DIZER a alguém que o ama ou a ama, há várias formas – até com palavras. Pode-se usar: "Eu te amo" (mais informal), "Eu amo você", "Eu o amo" ou "Eu a amo".
Pela gramática normativa, só não vale o "eu lhe amo". O verbo amar é transitivo direto – ou seja, não requer preposição. E o "lhe" exerce justamente a função de objeto indireto. Vejamos alguns exemplos:
Eu entrego a você = Eu lhe entrego
Eu peço a você = Eu lhe peço
Eu envio (algo) a você = Eu lhe envio
Nessas frases, os verbos precisam da preposição. Afinal, quem entrega... entrega a alguém. Quem pede... pede a alguém. E quem envia... envia a alguém.
E quem ama... ama alguém.
"Te amarei de janeiro a janeiro"
NO CONHECIDO VERSO da música, apoiado na licença poética das artes, a frase começa com o pronome "te". Pela norma culta, deve-se evitar começar a frase com pronomes oblíquos átonos (me, te, lhe, nos..): "Me liga", "Nos vemos", "Lhe aviso", "Te amo". São situações bem informais. Coloque o pronome pessoal na frente que já resolve: "Eu te ligo", "Nós nos vemos", "Eu lhe aviso", "Eu te amarei de janeiro a janeiro", "Eu te amo" etc.
"Isso é lá com Santo Antônio!"
NESTE DIA 13, celebra-se Santo Antônio. No dia 24, São João. E por que um usa "santo" e outro usa "são"? O termo "são" é uma forma contraída de "santo". Mas, por causa da pronúncia, criou-se a regra. Usa-se "são" com nomes iniciados por consoante (São Paulo, São Bento, São Miguel) e usa-se "santo" com nomes iniciados por vogal ou H (Santo André, Santo Expedito, Santo Inácio, Santo Hilário). Há exceções, como Santo Tirso e Santo Tomás. No feminino, só se usa "santa".
Cardápio junino
JUNHO COMBINA com "pé de moleque" e "baião de dois". Não necessariamente juntos, claro, mas necessariamente sem hífen. As palavras são separadas apenas pelo espaço, sem traço. Ao fazer o plural, só o primeiro elemento antes do conectivo muda: pés de moleque. Assim como "pães de ló", "mulas sem cabeça", "pernas de pau".
Doce ou salgado, você pode escrever de qualquer forma: mungunzá ou mugunzá ou munguzá. São variações já registradas. Canjica sempre com j (e disso a gente entende).
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