Jornalista (UFC-CE) e licenciada em Letras (Uece), é doutoranda em Linguística (PPGLin-UFC), mestra em Estudos da Tradução (UFC-CE), especialista em Tradução (Uece) e em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais (Estácio). No O POVO, já atuou como ombudsman, editora de Opinião, de Capa e de Economia, além de ter sido repórter de várias editorias. É revisora e tradutora.
OS VERBOS VIR E VER geram dúvidas em algumas conjugações. Por isso, é preciso ter atenção porque é comum cometer os erros - assim considerados pela gramática normativa. Quando se trata do verbo "vir", deve-se usar "vier" em situações do tipo: "Quando você vier a Fortaleza, fale comigo", "Se ele vier hoje, será ótimo". É a forma do futuro do subjuntivo. E "vinher", com nh, quando usar? Nunca! E, ao usar o verbo "ver", as formas corretas são: "Se eu o vir, falarei com ele", "Quando eu a vir, direi o que penso". Isso mesmo, no futuro do subjuntivo, no sentido de ver.
ÀS VEZES, pode confundir, mas não se esqueça: o verbo "vir" vira "vier": se eu vier aqui, se ele vier, se ela vier, se você vier, quando eu vier, quando ele vier, quando ela vier, quando você vier.
HÁ UM EQUÍVOCO, por vezes, quando falamos a conjugação do verbo "ver" ao indicar a possibilidade de algo ocorrer no futuro. O certo pela gramática é: quando eu... vir. Sem medo. "Quando eu vir o João, farei isso", "Se ela vir o menino, deve entregar aquilo", "Se ele vir a porta aberta, pode entrar".
POR FALAR EM conjugação verbal, alguns verbos são difíceis mesmo. E a gente só percebe isso quando precisa utilizá-los. Vejamos alguns deles.
Algumas das formas verbais do "gerir" são irregulares. Mas é correto dizer "Eu giro as contas dos meus pais" e "Ele quer que eu gira as contas da empresa". Confunde-se com o verbo "girar". Por isso, pode parecer estranho, mas é assim mesmo.
É o caso de um verbo defectivo. O "colorir" não tem a 1ª pessoa do singular no presente (indicativo). Você pode dizer algo semelhante a: "Eu estou colorindo", "Eu posso colorir".
A primeira pessoa do singular do verbo "valer", no presente (indicativo), é "eu valho". Pode dizer sem medo. No subjuntivo, algumas formas são: "que eu valha", "que ele valha", "que eles valham"...
Existem quatro porquês na língua portuguesa. Cada um é escrito de forma diferente e usado em contexto diferente, por mais que tenham pronúncia igual. Vejamos a diferença entre eles.
Por que = é usado em perguntas - no início das frases interrogativas, por exemplo: "Por que você saiu?", "Por que ele não disse?".
Também é usado com a função de pronome relativo, com o sentido de "por qual", "pelo qual", "pela qual". Exemplos: "Não sei por que ela saiu" (= Não sei o motivo pelo qual ela saiu), "A cidade por que passei é muito bonita" (= A cidade pela qual passei é muito bonita).
Porque = é usado em respostas; tem o sentido explicativo, de "pois", "já que", "visto que". Exemplos: "Cheguei mais cedo porque vim de carro", "Não fui porque acordei tarde".
Por quê = é usado no fim das frases interrogativas ou com outros sinais de pontuação. Exemplos: "Ele não veio hoje por quê?", "Não sei por quê".
Porquê = tem o valor de um nome, um substantivo. Significa motivo, razão. Exemplos: "Não entendi o porquê de ele não ter vindo", "Queria entender o porquê disso tudo".
Vamos praticar um pouco? Complete com: por que, porque, por quê ou porquê:
1. _________________ está lotado aqui hoje?
2. Está faltando energia elétrica __________________?
3. Eles não vieram, _______________ estão doentes.
4. Não entendi ___________________ ela saiu de repente.
5. Deve haver um ___________________ para tamanho absurdo.
Respostas: 1. Por que; 2. por quê; 3. porque; 4. por que; 5. porquê
Volto daqui a 15 dias. Bom feriado!
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