A CONCORDÂNCIA COM NÚMEROS, ÀS VEZES, NOS DEIXA EM DÚVIDA. A imprensa mesmo erra essa com frequência. Quando escrevemos por extenso, fica um pouco mais fácil: 1 milhão e 300 mil. Mas, quando abreviamos, vem a confusão. O certo é 1,3 milhão. A justificativa é simples: a concordância é sempre com o número antes da vírgula. Exemplos: "A obra custou R$ 2,1 milhões", "O prêmio foi de R$ 3,5 milhões", "A dívida chegou a R$ 1,9 milhão". Também é válido lembrar que a palavra "milhão" é um substantivo masculino. Ou seja, isso significa que tudo o que a acompanha (artigo, numeral, pronome ou adjetivo) deve manter o número e o gênero masculino. Exemplos: "Dois milhões de pessoas compareceram", "Quatro milhões de moedas foram encontrados".
Bilhão e
trilhão
A REGRA vale também para bilhão e trilhão. Com esses dois substantivos, as palavras que os acompanham são flexionadas no masculino. Exemplos: "Dois bilhões de pessoas vivem lá", "Foram atingidos dois trilhões de casas".
Mil
NÃO OCORRE, porém, o mesmo com a palavra "mil", visto que ela não é um substantivo. É um numeral. Assim, ela é flexionada conforme o substantivo que a acompanha. Exemplos: "Duas mil pessoas", "dois mil funcionários", "quatrocentas mil casas", "quatrocentos mil prédios".
A maioria de...
QUANDO SE USAM AS EXPRESSÕES PARTITIVAS (a maioria de, grande parte de, a maior parte de...), com substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural, a depender da ênfase que se queira dar.
Assim, pode-se dizer "A maioria das pessoas sabe" (concordando gramaticalmente com "a maioria") ou "A maioria das pessoas sabem" (na concordância siléptica).
Quando se usa só a expressão, sem um complemento, aí deixa-se o verbo no singular: "A maioria é feliz".
Quando o sujeito é formado por uma expressão coletiva, a concordância segue o núcleo do sujeito. Exemplos: "Um grupo de pessoas está lá fora" (o núcleo do sujeito é "grupo"); "Uma multidão de torcedores lotou o estádio" (o núcleo do sujeito é "multidão").
QUESTÕES
(Concurso para investigador da Polícia Civil 2025 - banca: Funece/Uece) A concordância verbal está devidamente realizada em:
A) Todos ali queriam terem momentos felizes com os amigos.
B) Muitas pessoas haviam abraçado a causa animal.
C) Houveram momentos em que ele quis desistir da profissão.
D) Fazem dois meses que ele foi transferido de setor.
E) O escritor e o amigo sentia saudade do animal de estimação.
Resposta: Em a), o certo é "queriam ter". Em b), flexiona-se quando o verbo haver for auxiliar e, por isso, ela está correta. Em c), o correto é "houve", já que não se flexiona o verbo haver no sentido de existir. Em d), o certo é "Faz dois meses", porque o verbo fazer, no sentido de tempo decorrido, não é flexionado. Em e), o verbo deveria ser flexionado: "sentiam".
(Concurso para investigador da Polícia Civil 2025 - banca: Funece/Uece) Recebem acento gráfico, pela mesma regra de aplicação, as palavras:
A) dinâmica, crônica e passeávamos.
B) seriíssimo, ordinário e possível.
C) rábula, notícia e também.
D) médicos, mínimo e atrás.
E) só, três e está.
Resposta: Aqui, basta se lembrar da regra: toda palavra proparoxítona (aquela cuja sílaba tônica é a antepenúltima) é acentuada. Na letra a), que é a correta, todas as palavras são proparoxítonas e, portanto, acentuadas.
3. (Concurso para soldado da PMCE 2025 - banca: Funece/Uece) A acentuação da palavra "saúde" é justificada pela mesma regra de
A) contribuído.
B) científico.
C) cenário.
D) climáticas.
E) além.
A palavra "saúde" é acentuada porque há um hiato, no qual a segunda vogal é i ou u. Hiato é um encontro de vogais, em que elas ficam separadas durante a separação silábica (sa-ú-de). Outros exemplos são: saída, baú, cafeína. E pode ser seguida por s, como em: egoísmo, faísca, país. Nas opções, há outro hiato em "contribuído" (con-tri-bu-í-do). Letra a) certa.