Jornalista (UFC-CE) e licenciada em Letras (Uece), é doutoranda em Linguística (PPGLin-UFC), mestra em Estudos da Tradução (UFC-CE), especialista em Tradução (Uece) e em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais (Estácio). No O POVO, já atuou como ombudsman, editora de Opinião, de Capa e de Economia, além de ter sido repórter de várias editorias. É revisora e tradutora.
É COMUM OUVIRMOS E LERMOS "fluído" quando há a referência a algo que flui. Mas é preciso atenção ao contexto. Fluido e fluído existem. Deve-se usar a palavra "flui-do", sem acento, ao se referir a algo que flui, algo que é corrente. A conjugação "fluído" indica o particípio do verbo fluir. Vejamos: "O fluido escorreu pelo muro" e "Se o trânsito tivesse fluído, eu não teria me atrasado". Não está correto, porém, o uso de "gratuíto", com acento no i. Deve-se falar "gra-tui-to", já que as vogais "ui" ficam na mesma sílaba, formando o que se chama de ditongo. Do mesmo modo, estão corretos: cir-cui-to, for-tui-to, in-tui-to, des-cui-do e Rui.
Recorde
OUTRA PALAVRA que causa dúvida é "recorde". Qual é a sílaba mais forte na palavra? É "cor". Recorde não é proparoxítona, não recebe acento; portanto, não deve ser pronunciada, no português, como "récorde".
Rubrica
RUBRICA também é paroxítona, pois a sílaba mais forte é a penúltima, "bri". Assim, não se diz "rúbrica". É rubrica mesmo, com "bri" como a parte tônica.
Ruim
EM RELAÇÃO À PALAVRA "ruim", a pronúncia correta é "ru-im". Ruim é um dissílabo; ou seja, é formado por duas sílabas, e a sílaba mais forte é "im". As vogais ficam em sílabas separadas.
Veja mais exemplos de palavras que frequentemente causam confusão na pronúncia:
bicarbonato (e não "bicabornato"); meteorologia (e não "metereologia"); beneficente (e não "beneficiente"); reivindicar (e não "reinvindicar"); entretido (e não "entertido"); privilégio (e não "previlégio"); perturbar (e não "pertubar"); mortadela (e não "mortandela"); iogurte (e não "iorgute"); frustração (e não "frustação"); cabeleireiro (e não "cabelelero"); cérebro (e não "célebro").
SALVA A DICA!
1. Choveu 100 milímetros; choveram elogios.
O VERBO "chover" é classificado como um fenômeno da natureza. Assim, é impessoal, não tem sujeito. Portanto, deve ser conjugado sem variações, na 3ª pessoa do singular. Usa-se: "Choveu 100 milímetros", "Chove há dias", "Choverá amanhã". Mas, quando o verbo for usado em sentido figurado, é flexionado: "Choveram pétalas na festa", "Choveram elogios", "Chovem oportunidades para ele".
2. Vacinação para crianças que tenham até 10 anos.
VOCÊ já deve ter ouvido que começou a vacinação para "crianças de 0 a 10 anos". A ideia que se compreende é que a faixa etária aí começa quando a criança não completou 1 ano de idade ainda. Ela pode ter meses de vida, mas ninguém tem 0 (zero) ano. Desse modo, evite esse uso quando se referir à faixa etária. Basta dizer "crianças de até 10 anos", por exemplo.
3. Para mais informações, não maiores.
"Para maiores informações, entre em contato" - construção equivocada. Evite usar "maiores informações". Informação não é maior nem menor. Como se mede? Não há tamanho. Prefira: para mais informações, para outras informações.
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