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Um elo de ligação baseado em fatos reais
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Jornalista (UFC-CE) e licenciada em Letras (Uece), é doutoranda em Linguística (PPGLin-UFC), mestra em Estudos da Tradução (UFC-CE), especialista em Tradução (Uece) e em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais (Estácio). No O POVO, já atuou como ombudsman, editora de Opinião, de Capa e de Economia, além de ter sido repórter de várias editorias. É revisora e tradutora.

Um elo de ligação baseado em fatos reais

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O PLEONASMO É UM VÍCIO de linguagem que precisa ser evitado em prol de uma linguagem mais objetiva. É uma repetição desnecessária, o que torna a expressão redundante. Como exemplos, há "entrar para dentro" e "sair para fora" (só se pode entrar se for para dentro e só se pode sair se for para fora). Mas há muitas outras expressões que nem sempre são tão óbvias assim. "Elo de ligação" é uma delas. Todo elo liga, todo elo é de ligação. Não é necessário citar "de ligação". "Fatos reais" é mais outro pleonasmo. Se é um fato, é real. Em vez disso, prefira "histórias reais".

Prefeitura

municipal

HÁ GRAMÁTICOS que sugerem evitar o uso de "prefeitura municipal". Afinal, prefeitura já é do Município. Há, claro, quem defenda o "prefeitura municipal", pelo uso já consagrado da expressão no dia a dia. Como não há um consenso, evite esse uso específico em redações em geral. Use o "Prefeitura da cidade tal" e "prefeito da cidade tal".

Mais exemplos

OUTROS EXEMPLOS de pleonasmo vicioso, que devem ser evitados em redações oficiais, na língua culta: fato verídico, Erário público, hábitat natural, metades iguais, recuar para trás, ir pessoalmente, consenso geral, decapitar a cabeça e planejar antes.

Evite!

acabamento final

certeza absoluta

conclusão final

consenso geral

conviver juntos

decapitar a cabeça

encarar de frente

gritar alto

hemorragia de sangue

inaugurar algo novo

lançar novo livro

manter o mesmo

metades iguais

opinião pessoal

panorama geral

pequeno detalhe

protagonista principal

surpresa inesperada

SALVA A DICA!

Fatal é aquilo que mata.

É COMUM LERMOS e ouvirmos que houve um "acidente fatal" ou uma "tragédia fatal". Lembre-se de que fatal é aquilo que mata, que é capaz de matar, que provoca a morte. Fatal é mortífero, letal, mortal. Assim, o acidente pode ser fatal, a doença pode ser fatal, a tragédia pode ser fatal. Mas, em geral, não há "vítima fatal", no contexto de um acidente, por exemplo. Em vez de "Houve duas vítimas fatais", deve-se usar "Houve dois mortos".

Minha ficha caiu literalmente.

A PALAVRA "LITERALMENTE" significa que algo é feito de modo literal, exatamente daquele jeito, "ao pé da letra". Há, em geral, um uso equivocado desse advérbio como se ele tivesse o sentido de intensificar algo que está sendo dito. E não deve ser assim. Um exemplo: "Quando eu o vi, minha ficha caiu". Aqui, eu uso "minha ficha caiu" no sentido figurado, para me referir a algo que eu percebi. Mas, se eu estiver reunindo fichas e uma delas cair, aí eu posso dizer que "minha ficha caiu literalmente", porque ela foi ao chão. Não há outro sentido aí. É exatamente isso o que quero dizer.

Segunda será 1º de dezembro.

A PRÓXIMA SEGUNDA-FEIRA será 1º de dezembro. Lembro que o primeiro dia do mês é sempre escrito em ordinal. Sempre 1º. Nunca 1 de dezembro, nunca 01 de janeiro, nunca um de outubro. E sem zero à esquerda nas datas.

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